Vereador protocola pedido de impeachment contra prefeito
Maria Tereza Oliveira
O vereador Sargento Elton (Patriota) revelou na reunião da Câmara de ontem, que protocolou um pedido de impeachment contra o prefeito Galileu Machado (MDB). De acordo com o edil a Denúncia de Infração Político-Administrativa baseou-se, entre outras circunstâncias, nas investigações feitas pelo Ministério Público (MP) sobre as negociações de cargos de confiança na Prefeitura. Além do Sargento, quatro vereadores já assinaram o protocolo.
Sargento Elton afirmou que a população divinopolitana está sendo tratada com falta de respeito e que o prefeito traiu a confiança de seus eleitores.
— Temos embasamento para entrar com pedido de impedimento administrativo do prefeito, baseado nas provas materiais e já confirmado pelo MP — salienta.
Segundo o vereador, os áudios comprovam as trocas de favores e promessas de cargos sem as mínimas condições foi uma intenção de corromper mais um cargo de confiança da cidade.
Críticas ao governo
Em entrevista ao Agora, Sargento Elton criticou o chefe do Poder Executivo, além de salientar os problemas enfrentados pelo Município.
— A denúncia do MP e o Poder Judiciário de improbidade administrativa do prefeito Galileu, que já tem uma condenação na Justiça pela mesma infração e condenação de dois anos e dez meses de cumprimento a partir de 2021 — afirmou.
O vereador acusou o governo atual de ter uma péssima e tumultuada gestão. Além disso, ele disse que Galileu faz a “velha e repulsiva política” ao distribuir cargos.
— Divinópolis está perdendo serviços essenciais nas áreas da saúde, educação, infraestrutura, segurança e etc. Os salários são pagos de maneiras diferentes. Professores, por exemplo, recebem em dias distintos aos outros servidores — destacou.
Para Sargento Elton, alguns salários de cargos comissionados são exorbitantes e por isso deixam de pagar outras categorias.
— Está faltando verba e a cidade se transformou em um buraco — opina.
Apoio
A oposição já se manifestou a favor da denúncia. Ao todo, cinco vereadores assinaram o protocolo do pedido de impeachment, sendo eles, Cleitinho Azevedo (PPS), Edson Sousa (MDB), Janete Aparecida (PSD), Roger Viegas (Pros), além do próprio Elton.
Entretanto, alguns vereadores ainda não leram o pedido. Agora eles terão um prazo para analisar e tenho certeza que se for observado o bem comum da cidade, eles vão votar de acordo com a legalidade — conjecturou.
Áudios
Os polêmicos áudios envolvendo negociações de cargos no Executivo, deram início à uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aberta na Câmara para apurar os indícios de ilegalidades nas ligações telefônicas.
As investigações tiveram cinco indiciados: o prefeito; a secretária de Administração, Raquel de Freitas; o secretário de Governo, Roberto Chaves; o jornalista Geraldo Passos, além do próprio denunciante, Marcelo Máximo (Marreco).
De acordo com os áudios, o cargo de gerente de agricultura na Secretaria de Agronegócio foi oferecido à Marreco, porém este, estava impedido de trabalhar por recomendação médica. A perícia constatou que os áudios não tiveram cortes ou edições.
Próximos capítulos
Após ter sido protocolada, a denúncia é levada ao plenário. Depois de ser submetida ao plenário, sendo ela recebida, é formada uma Comissão Processante para analisar os argumentos. Esta comissão tem de ser composta por três membros que terão 80 dias para apresentar o relatório. A conclusão é colocada também em votação no plenário que decide pela cassação ou não do prefeito.
Outro lado
A Prefeitura por meio da assessoria de comunicação disse que foi informada através da imprensa. Afirmou que assim que for notificada e tomar conhecimento do ter das alegações tomará as providências necessárias. Disse também que em nenhum momento de furtará em responder as acusações.
— Diante da confirmação proposição apresentada, resta-nos buscar uma explicação plausível para tamanho ódio disparado contra a vontade de cerca de 60 mil divinopolitanos que elegeram, democraticamente, os destinos de nossa cidade, entregue à atual gestão — afirmou a Prefeitura.
A Administração apontou as dificuldades enfrentadas pelos municípios mineiros com a crise econômica.