Vereador e tribuno batem boca na Câmara

 

Maria Tereza Oliveira

Os ânimos se exaltaram na reunião da Câmara de ontem. Com início turbulento, teve bate boca e até vereador anunciando retirada de uma comissão.

Tudo começou quando Ambrósio Velasco usou a tribuna livre. Em seu pronunciamento, o fotógrafo teceu críticas ao vereador Cleitinho Azevedo (PPS), o acusando de falta de humildade.

O tribuno sugeriu que o Cleitinho doasse seu salário de vereador e o de deputado para pagar as dívidas do Município com os servidores da educação.

De acordo com Ambrósio, o episódio teria ocorrido em uma reunião com servidores públicos de São Gonçalo do Pará para discutir os atrasos salariais na área da educação. Para o tribuno, a postura do recém-eleito deputado estadual mostrou “falta de decoro”, pois o mesmo teria chegado ao local e nem ao menos cumprimentou os vereadores daquela cidade.

— Divinópolis passa pela mesma situação. Se quer ser salvador da pátria, comece pela nossa cidade — declarou.

Contra-ataque

Cleitinho não deixou as acusações passarem em branco e prontamente respondeu as acusações de Ambrósio durante seu pronunciamento.

— Quando eu fui a São Gonçalo do Pará, ele nem estava lá. Tem políticos desonestos contratam pessoas para falar mal das outras — defendeu-se.

O vereador combateu fogo com mais fogo e disparou que o tribuno, que é fotógrafo profissional, extorque os vereadores ao cobrando R$ 1 mil por uma foto. Enquanto isso, Ambrósio rebatia as acusações do plenário.

— Eu conheço o jeito desse cara. Já fui abordado por outra pessoa querendo que eu pagasse um curso pra ele. Mas não é obrigação de vereador dar dinheiro pro povo. Minha função é legislar e fiscalizar — lembrou.

Cleitinho convidou Ambrósio a saber como ele gasta seu dinheiro, afirmando que doa parte para instituições da cidade.

— Quando algumas pessoas querem arrancar dinheiro do vereador o salário é bom, mas quando o político não dá o salário é alto — comparou.

Educação

Mais uma vez, a crise na educação municipal foi pauta da reunião. Roger Viegas (PPS) afirmou que participou de uma reunião dos professores com a presença de sindicatos. Ele revelou ter recebido a informação de que o Município aguarda parecer do Tribunal de Contas para pagar a categoria com recursos próprios.

— Mas outras cidades não esperaram parecer jurídico para efetuarem o pagamento. O prefeito deve fazer o mesmo, até mesmo porque ele já responde por processos maiores e mais graves — provocou.

O vereador afirmou que o Conselho Municipal de Educação não aprovou as mudanças propostas pelo Executivo sobre os Centros Municipais de Educação Infantil (Cmei’s) no ano que vem. Entre as alterações, havia os fechamentos de dois Cmei’s: Douglas Miguel Vilela no bairro Santo Antônio e Victor Hugo no bairro Sagrada Família.

— Essas medidas devem ser discutidas com a comunidade ao longo do ano de 2019 — pediu.

Retirada

Roger compõe a Comissão de Justiça, Legislação e Redação há alguns meses e ontem pediu para ser destituído dela. Ele afirma que não concorda com os projetos do Executivo que estão entrando na Casa que os considera “imorais”.

— Não quer ser relator destas propostas — finalizou.

 

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