Vereador de Divinópolis reclama de empresa da coleta de lixo

Maria Tereza Oliveira 

A reunião da Câmara de ontem, foi recheada de assuntos polêmicos, a começar pela tribuna livre, que desta vez foi usada pelo presidente do Conselho Municipal de Saúde, Warlon Carlos Elias. 

Warlon revelou à reportagem que o Conselho está fazendo denúncias ao longo do ano sobre a situação da saúde na cidade. O presidente afirmou que não vê a intenção de fazer ajustes e melhorar a saúde. 

— Nós tivemos algumas editorias e algumas conversas, mas no Município a Saúde não anda — desabafou. 

Ele disse que esperou o 1º turno passar para apresentar a prestação de contas, para não prejudicar os vereadores que estavam concorrendo. 

Denúncias 

Em sua fala na tribuna, Warlon denunciou a redução, segundo ele, injustificada, de 70 vagas de Tratamento de Pacientes Fora do Domicílio (TFE). 

— Por que cortar as vagas se o Município tem dois ônibus, cada um com 28 lugares, para levar estes pacientes aos seus destinos? — questionou. 

De acordo com o representante do conselho, foi constatado que dos 20 leitos contratados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), junto ao Hospital São João de Deus, apenas 14 estão recebendo pacientes com possíveis internações longas.  

— Isso não desafoga a Unidade de Pronto Atendimento (UPA). Destes 14 leitos, dois são para urgência e emergência — explicou. 

Ele afirmou que a Prefeitura tem feito muitas coisas por conta própria e sem consultar o Conselho. 

Problemas na coleta de lixo 

O vereador Ademir Silva (PSD), levantou o problema que o Município está enfrentando com a empresa responsável pela coleta do lixo, Arbor. 

— As esquinas dos bairros da região Oeste estão cheias de lixo e por isso temo que urubus e ratos tomem conta da cidade — reclamou. 

O edil disse que a coleta da cidade está um caos e responsabilizou a Arbor sobre a situação.  

 — É uma vergonha! Temos de denunciar a empresa para o Ministério Público, não só pelo péssimo trabalho na coleta do lixo, como também pelo descaso dela em relação à segurança dos funcionários — clamou. 

Segundo Ademir, a empresa foi notificada pela Prefeitura que destacou o número insuficiente de caminhões, a falta de equipamentos de segurança para os funcionários e a má conservação dos veículos usados. 

O vereador levou à tribuna, o caso da morte de um funcionário da Arbor, que ocorreu em São João Del Rei, e foi em decorrência da falta de segurança no trabalho. 

Ele também apontou que a empresa é alvo de vários processos, principalmente trabalhistas, por não respeitar os direitos dos trabalhadores. 

— Devido o não cumprimento do que foi especificado no contrato, as cidades de Pouso Alegre e São João Del Rei rescindiram com a Arbor — revelou. 

Questionado pelo Agora se a Prefeitura fez a pesquisa da empresa antes de incluí-la no processo de licitação, ele afirmou que os problemas surgiram posteriormente. 

— Eu acredito que os acontecimentos vieram posteriormente — deduziu. 

O vereador disse que há mais de uma semana que o lixo está ficando acumulado pela cidade e teme que a situação se agrave. 

— Nós já estamos sofrendo as consequências do descaso. Se a gente não resolver isso até o feriado, como vamos esperar até a segunda-feira? — questionou. 

Prefeitura  

A Prefeitura de Divinópolis informou na última semana que os pagamentos referentes à coleta de lixo estão em dia. As notas fiscais até o mês de julho já foram quitadas. Disse ainda  que o mês de setembro ainda não teve o valor total calculado.  

O Município destaca ainda que, independentemente de estar com os compromissos com a Arbor em dia, é responsabilidade legal da empresa manter seus compromissos trabalhistas com seus colaboradores, bem como garantir o serviço de recolhimento de lixo ininterrupto. 

A explicação se deve ao fato de a empresa ter reclamado que os repasses da Prefeitura não estavam em dia. 

 Vetado 

O Poder Executivo pediu o veto de dois projetos anteriormente aprovados pela Casa. O veto parcial 3/2018 à proposição de lei nº CM-062/2018, que tem como intuito de alterar a lei municipal sobre a regulamentação do comércio ambulante ou camelô e suas atividades. Já o veto parcial 4/2018 é para a lei nº CM-063/2018, sobre a fixação de cartazes informativos em estabelecimentos que utilizem e/ou comercializem óleos comestíveis e gorduras. 

Sobre os vetos, o vereador Edson Sousa (MDB) afirmou que a Câmara tem tomado um caminho ruim, porque, segundo ele, não vê nada. 

— O Executivo vê irregularidades e ninguém aqui vê? Estamos virando chacota, é uma vergonha para nós. Precisamos prestar mais atenção, caso contrário, uma hora vai colocar a gente numa fria — alertou.

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