Vacinação de adolescentes sem comorbidades é suspensa em Divinópolis

Determinação é do Ministério da Saúde

Da Redação

A vacinação de adolescentes entre 12 a 17 anos, sem comorbidades, está suspensa desde ontem em Divinópolis, após nota técnica do Ministério da Saúde orientar que não seja feita, por ora, a imunização deste grupo. Todos os cadastros que já foram realizados dessa faixa etária, com a vacinação marcada a partir de ontem, estão cancelados até nova recomendação do Ministério da Saúde seja feita.

O cadastro e a vacinação ficarão restritos apenas a três grupos específicos: adolescentes, de 12 a 17 anos, com deficiência permanente, comorbidades e privados de liberdade. 

— A decisão é da Secretaria Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19 que, através da Nota Técnica nº 40/2021-SECOVID/GAB/SECOVID/MS, revisou a recomendação para imunização contra covid-19 em adolescentes de 12 a 17 anos, restringindo o seu emprego somente aos que apresentem necessidades especiais — informou a Prefeitura em nota divulgada.

Mudanças

A Prefeitura de Divinópolis confirmou ontem sobre a suspensão. A notícia foi dada em nota divulgada e por meio de um vídeo vinculado nas redes sociais, em que a vice-prefeita, Janete Aparecida (PSC), informou que a vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos, sem comorbidades, está suspensa a partir de hoje, sem previsão de volta, mesmo daqueles que já fizeram o cadastro, até segunda ordem do Ministério da Saúde.

Ela ressaltou que somente os grupos específicos ‒ adolescentes com comorbidade, deficiência física ou intelectual e privados de liberdade ‒ serão vacinados. Para eles, o cadastro continua em aberto, podendo ser feito no site da Prefeitura de Divinópolis (www.divinopolis.mg.gov.br) ou no App Divinópolis.

— Os pais e responsáveis dos adolescentes, de 12 a 17 anos com comorbidades, que estão acamados ou com dificuldade de locomoção, poderão solicitar a vacinação contra a covid-19 em domicílio, através dos telefones (37) 3229-6870, (37) 99105 0016 ou (37) 991811234 — informou a nota da Prefeitura. 

A vice-prefeita reiterou, também, que a decisão de suspensão não foi da Prefeitura de Divinópolis, mas, sim, do Governo Federal. E que, por meio das redes sociais, as informações serão atualizadas conforme o Ministério da Saúde comunique novas alterações acerca da volta da imunização nessa faixa etária.

Nota técnica 

A nota do Ministério da Saúde foi publicada na quarta-feira, 15, às 21h30, conforme horário oficial de Brasília, assinada eletronicamente por Rosana Leite de Melo, secretária extraordinária de Enfrentamento à Covid-19.

Nela constava a suspensão do imunizante para adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidade, restringindo apenas aos que apresentam deficiência, comorbidade ou que estejam privados de liberdade, apesar da autorização do uso da vacina Cominarty (Pfizer/BioNTech), pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

No Brasil, apenas a vacina da Pfizer/BioNTech têm a autorização da Anvisa para aplicação nos adolescentes de 12 a 17 anos. Os imunizantes AstraZeneca, CoronaVac e Janssen só podem ser aplicados em maiores de 18 anos.

Segundo a nota, a decisão de suspender a imunização desse grupo foi feita, com base nas seguintes premissas:

I - a Organização Mundial de Saúde (OMS) não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades;

II - a maioria dos adolescentes sem comorbidades acometidos pela covid-19 apresenta evolução benigna, apresentando-se assintomáticos ou oligossintomáticos (sintomas leves);

III - somente um imunizante foi avaliado em ECR (ensaios clínicos randomizados);

IV - os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos;

V - apesar dos eventos adversos graves decorrentes da vacinação serem raros, sobretudo a ocorrência de miocardite (16 casos a cada 1.000.000 de pessoas que recebem duas doses da vacina); 

VI - redução na média móvel de casos e óbitos (queda de 60% no número de casos e queda de mais de 58% no número de óbitos por covid-19 nos últimos 60 dias) com melhora do cenário epidemiológico.

A nota também ressaltou que revisará, sempre que necessário, suas recomendações, com base em dados de segurança e na evolução das evidências científicas. 

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