Vacinação contra gripe lota unidades

Matheus Augusto

A Campanha Nacional de Vacinação contra a Gripe em todo o território nacional começou ontem. Em Divinópolis, as unidades de saúde amanheceram com longas filas e, em algumas delas, a imunização não estava sendo aplicada. A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) afirmou, em nota, que o objetivo é normalizar a situação ainda nesta semana. O órgão também pediu às pessoas que não se desesperem para obter a vacina.

Faltam profissionais

Quem procurou os Centros Sociais Urbanos (CSU) Quintino, Itaí e São Paulo, saiu sem receber a vacina. Segundo a secretaria, os números de profissionais nessas unidades não são suficientes para lidar com a demanda.

— A Prefeitura de Divinópolis informa que a situação da falta de vacinação nas unidades de saúde CSU, Quintino, Itaí e São Paulo já está sendo resolvida com a contratação de mais enfermeiros e técnicos de enfermagem. A situação será normalizada até o fim desta semana — informou.

Corrida aos postos

Sobre as longas filas, o órgão explicou que apenas parte da doses chegou à cidade e ressaltou a importância de a população ter calma ao procurar os postos de saúde.

— A Prefeitura recomenda que a população não precisa lotar os postos de saúde no primeiro dia. A campanha foi adiantada e todos terão muitos dias para procurar a vacina. (...) o Governo do Estado está enviando as doses fracionadas, justamente para evitar grandes aglomerações — informou.

O secretário de Saúde, Amarildo Sousa, destacou que o momento é de proteger os vulneráveis.

— Precisamos garantir que todos tenham acesso à informação para evitar aglomerações nas unidades de saúde. Nosso foco é realizar uma campanha efetiva e segura para todos — pontuou.

A secretaria também orienta sobre os cuidados necessários ao procurar a vacina, como forma de evitar a disseminação e o contágio do coronavírus. 

— Evite aglomerações nos postos de saúde, tenha cuidados especiais para ir se vacinar. Se estiver com sintomas respiratórios, não vá ao posto de saúde. Evite ter contato físico com outras pessoas, mantenha as medidas de higiene, como usar um lenço descartável ao espirrar. Se tiver fila, vá outro dia — recomenda. 

Segundo a diretora de Vigilância em Saúde, Janice Soares, é fundamental que a população siga as recomendações.

— É indispensável que as pessoas  sejam imunizadas, mas tomando os cuidados necessários para isso. É preciso ter muita atenção aos protocolos de segurança à saúde e se atentar ao andamento da campanha — pediu.

Público-alvo

A primeira fase da vacinação é exclusiva aos profissionais da Saúde e aos idosos, ou seja, quem está à frente do combate e diagnóstico do coronavírus e o grupo de risco, respectivamente. A Secretaria de Saúde espera imunizar quase 25 mil idosos. Diante do surto de Covid-19, os horários de atendimento foram divididos para minimizar as chances de contaminação. Das 8h às 10h30, a aplicação das vacinas é restrita aos idosos; já entre 13h30 e 15h, o atendimento é exclusivo aos trabalhadores da saúde; das 15h30 às 16h30, o primeiro grupo volta a receber tratamento prioritário. 

Para quem tem dificuldades de deslocamento, a secretaria irá até a casa do paciente para aplicar a dose. 

— Equipes itinerantes vão percorrer os hospitais do município para vacinar somente os profissionais da Saúde, que fazem parte do público alvo da primeira fase da campanha. Esta é uma estratégia da unidade de saúde, assim os profissionais serão vacinados in loco e, por isso, não é necessário se deslocar para locais com maior circulação e concentração de pessoas. Idosos acamados receberão uma equipe da secretaria em suas residências — informou.

Campanha adiantada

A vacinação contra a gripe, realizada tradicionalmente na segunda quinzena de abril, foi adiantada em razão do coronavírus, pelo Ministério da Saúde. Apesar de não proteger contra a nova doença, o intuito é garantir um diagnóstico mais rápido do Covid-19, uma vez que, em pacientes imunizados, não será necessário suspeitar da influenza. 

—  A decisão é mais uma medida de proteção ao público de risco, em especial aos idosos, já que a vacina é uma proteção aos quadros de doenças respiratórias mais comuns. A preocupação se deve aos casos mais graves de infecção do Covid-19 serem registrados em pessoas acima de 60 anos — destacou.

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