Uma questão de união

Laura Ferreira 

A gravidez é um momento único, propício a inúmeras mudanças. A gestante sente na pele as transformações no físico. A barriga cresce, o quadril alarga, os seios se desenvolvem para a amamentação, algumas mulheres sofrem as marcas de estrias, outras veem o corpo inchar e a pele manchar. As roupas já não servem, os sentimentos afloram, os desejos tornam-se insaciáveis e até mesmo exóticos.  

Quem pensa que as mulheres são as únicas a sofrerem mutações está equivocado, pois é inevitável que todos aqueles que estão ao redor compactuem com esse momento tão sublime. O quarto e toda a casa são renovados na expectativa pelo ser de luz que está para chegar, mas que já inunda os corações dos familiares e amigos. 

Quando se trata de família o conceito é amplo e envolve inúmeras facetas, uma vez que na atual conjuntura há o rompimento com a visão paternalista do homem como chefe do lar e soberano perante aos demais, a família composta somente por um casal de homem e mulher mais a sua prole. 

Família é uma comunidade onde cada um possui a sua devida importância e função e partilha do mesmo sentimento. Todos são considerados parte integrante da família. Inclusive os animais de estimação, uma vez que também partilham dos mesmos sentimentos dos demais integrantes.  

O problema surge quando a mulher engravida e os animais são banidos do convívio familiar, talvez para evitar o contato dela com pelos e tudo aquilo que pode ser transmitido por eles. Porém, se esquece de que é irrevogável aos animais sentirem a presença do novo integrante da família, a fim de não criar um ambiente de disputas, ciúmes e tristezas. 

É evidente que as devidas precauções devem ser tomadas, uma vez que o bebê ainda não possui células de defesa devidamente preparadas para determinados contatos, o que não implica banir os animais, que sempre demonstraram companheirismo e cumplicidade. Portanto, a solução consiste em ponderar momentos de atenção, carinho e afeto a ambos. 

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