Uma banana

Preto no Branco 

Foi assim que o Diretório Estadual do partido Novo retribuiu a Divinópolis pela votação esmagadora que o seu então candidato Romeu Zema teve na cidade em sua eleição para governador de Minas. Em seu discurso no ano passado, o presidente nacional, João Amoêdo, afirmou que a legenda esperava participar das eleições 2020 em cerca de 60 municípios, buscando sempre uma a chapa completa com prefeito e vereador. E foi mesmo. Mas em cidades escolhidas a dedo. Provavelmente, devido a algum interesse. E esse, lamentavelmente, não foi o caso de Divinópolis.

Prioridade?

As explicações do presidente à época eram de que o Novo não utiliza dinheiro público, portanto, seus recursos financeiros e humanos – que são escassos – tinham que ser direcionados para locais onde poderia impactar a maior quantidade de pessoas. Assim, nas eleições de 2020, o partido daria prioridade para os municípios com mais de 300 mil habitantes. Bela justificativa, se na lista não estivesse Araxá, que, segundo o IBGE em 2019, tem 106.229 mil moradores. Se, também, não fosse a terra natal de Romeu Zema.

Sem autonomia

E as contradições não param por aí. Poços de Caldas, no Sul de Minas, com 166.085 habitantes também terá chapa completa. Qual a explicação? Apenas que tem diretório local? Por que, então, cidades como Divinópolis, Uberaba e Juiz de Fora, consideradas potências em suas respectivas regiões, sequer tem um representante que responda pelo partido? Acredite, toda demanda precisa ser dirigida ao Diretório Estadual. No mínimo desrespeitoso. Essa história de gente de fora responder por cidades que, na maioria das vezes, nem conhece só traz problemas. Exemplos não faltam na própria política, no meio empresarial e órgãos do governo e até na comunicação.

Já teve

“Não temos Diretório Municipal formado, também não tenho autonomia para falar com a mídia.” Essa é a resposta à coluna de Tarcísio Melo que, atualmente, coordena o Novo em Divinópolis e região. Este PB, como é de sua conduta, respeita a opinião do atual dirigente da sigla, mas não concorda nem entende. Simples: o jornalista Flávio Ramos assumiu este cargo antes mesmo de Romeu Zema ser eleito e permaneceu à frente dele meses depois. Período em que movimentou o partido com reuniões, buscas por novos filiados e respondia prontamente todos os questionamentos da imprensa. Talvez esta iniciativa e vontade de sair da mesmice, tenha incomodado a própria direção estadual. Estranho, mas compreensível, se tratando de política e de quem manda, ou melhor, é mandado.

Atividade zero

O certo é que Novo não planeja qualquer atividade política para as 62 cidades da macrorregião de Divinópolis neste ano. Palavras do próprio coordenador regional. Resumindo: nenhum candidato, nem a vereador. Belo Horizonte, Contagem, Araxá e Poços de Caldas participarão das eleições 2020, e somente elas têm ou terão diretório. Juiz de Fora também, porém só com candidatos a vereadores, sendo esta escolhida, pela direção estadual, como cidade aposta. Ademais, se solidariza e agradece aos outros municípios pelo empenho. Então tá!  Os filiados e quem apostou no partido e nas mudanças juram que vão entender.

Pelo menos, dois

Incrível como nenhuma gestão estadual faz questão de priorizar Divinópolis por este ou aquele motivo. Nesta, pelo menos, duas pessoas representam o município em cargos que correspondem a primeiro escalão, Jaime Martin (Pros), chefe do Escritório de Representação de Minas Gerais em Brasília e Mila Batista Leite, diretora-geral da Agência de Desenvolvimento da RMBH. Nas anteriores, nem para um cargo com menor representatividade, há quase três décadas, a cidade não tinha vez. No entanto, ainda é muito pouco. A “Princesa do Oeste” merece muito mais, inclusive a visita do governador, que não pisou os pés aqui depois que foi eleito com importante ajuda da cidade. Por enquanto, está só na promessa. E que seja cumprida o mais rápido possível, afinal, demanda por aqui não falta.

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