Um olho no coronavírus e outro no Aedes aegypti

Secretaria atua no combate à Covid-19, mas orienta população a não esquecer de ações contra a dengue

Da Redação

“O Brasil está também em uma epidemia de dengue e que mata muito mais, é mais letal do que o coronavírus. Procure também fazer suas medidas protetivas dentro de casa, tanto para o coronavírus quanto para dengue ‒ que hoje é uma grande epidemia que o município e o Brasil enfrentam.” A fala dita pelo secretário de Saúde, Amarildo Sousa, na primeira coletiva para tratar da Covid-19, em 9 de março, reforça a importância do olhar a atento para outras doenças. Na oportunidade, Amarildo destacou a importância de combater a disseminação da novo vírus, mas também reforçou a importância de não baixar a guarda para outras enfermidades, como as transmitidas pelo Aedes aegypti: dengue, zika e chikungunya.

O relatório da Secretaria de Estado de Saúde (SES) divulgado ontem aponta Divinópolis com 182 notificações de dengue. Com isso, a cidade é classificada com incidência baixa ‒ quando o número de casos por 100 mil habitantes é menor que 100. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde (Semusa), em dados atualizados na última quinta-feira, 26, o município já havia confirmado a doença em 48 pacientes; outras 135 amostras ainda estão em análise. Além disso, duas mortes ‒ uma mulher de 34 anos e uma criança de oito ‒ são investigadas pelo Estado.

Em 2019, foram 4.131 casos e três mortes confirmadas, em Divinópolis.

Outras

Apesar de ser conhecido com o transmissor da dengue, o Aedes aegypti também é responsável pela chikungunya e zika. No boletim estadual, Divinópolis aparece com três casos suspeitos da primeira e nenhum registro da segunda.

Minas Gerais

Apenas neste ano, Minas Gerais já registrou 39.842 casos prováveis de dengue. Três mortes foram confirmadas para a doença e outras 18 são investigadas. 

Em relação à febre chikungunya, são, até o momento, 715 casos notificados e um óbito.

Sobre a zika, o governo de Minas tem conhecimento de 236 casos suspeitos, sendo 59 em gestantes.

Ações

Mesmo com parte do esforço voltado para impedir o avanço do coronavírus em Divinópolis, a Semusa ainda mantém as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti. E, para fortalecer esse trabalho, o secretário de Saúde conta com a contribuição dos moradores. 

— Nesta quarentena vamos cuidar mais da nossa saúde, tomar decisões positivas para toda a comunidade. É preciso que todos fiquem atentos a possíveis focos de dengue e tomem as medidas necessárias para cessar essa doença — afirmou Amarildo no início da semana.

Para ajudar, as recomendações são as mesmas de anos anteriores: evitar o acúmulo de água.

— Para alcançar este objetivo é preciso que a população se conscientize e faça sua parte. Os cidadãos devem eliminar água parada, tampar tambores, poços, cisternas, caixas d’ água e colocar areia fina até a borda dos pratos de plantas — orienta a Semusa.

Dentre as ações desenvolvidas pelo órgão está a aplicação de fumacê nos bairros com maior incidência de dengue. Além disso, agentes realizam a dedetização de pontos estratégicos na cidade. A preocupação maior continua sendo as residências, onde os focos estão concentrados.

— O último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa) apontou que 92% dos focos da dengue estavam nas residências e apenas 8% em lotes vagos. — destacou a Prefeitura.

Em razão do índice, a Prefeitura “instaurou a utilização do fumacê, devido à urgência da situação”. 

Toneladas

Os mutirões de limpeza também continuam. Nos bairros onde a operação acontece, moradores devem deixar fora de suas casas materiais descartáveis ou inutilizados que podem servir como foco para o mosquito.

— Em 2020, os agentes do mutirão de limpeza já coletaram mais de quatro toneladas de materiais descartados de forma irregular, facilitando a proliferação do mosquito. Objetos como garrafas, isopor, brinquedos, pneus, latas, plásticos e todos os materiais que possam servir como depósito para os focos do inseto devem ser separados e depositados de maneira correta — informou a Prefeitura. 

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