Um ano para ser esquecido - Parte 2

José Carlos de Oliveira

(Continuação)

A temporada começou cheia de esperanças para o futebol das Minas Gerais, com os times em campo para brigar por objetivos distintos. Mas o que se viu no restante da temporada foi frustrante, com exceção do América, que continua bem e entrou 2021 na liderança do Campeonato Brasileiro, em sua Série B, e praticamente já garantido na Série A.

Galo continua devendo

Depois de ser apontado como o favoritaço ao título do Brasileirão por grande parte da mídia esportiva e empolgar a Massa em boa parte da competição, o Atlético encerrou o ano a sete pontos do líder São Paulo e ainda mais longe de seu sonho dourado: o tão almejado Bi. 

Com seus 6% de chance de título, o Atlético deve se apegar nas onze rodadas restantes do torneio nacional no mantra do “Eu Acredito”, para pelo menos manter o torcedor do seu lado, porque se assim não for até mesmo uma vaga direta para a Copa Libertadores estará em risco.

Cruzeiro acumulou fracassos

O ano de 2020 para o torcedor da Raposa é para ser esquecido para sempre, e só não o será porque ainda deixará rastros a serem apagados. O clube azul permanecendo na Série B do Campeonato Brasileiro para esta temporada deixa a China Azul sem saber a que se apegar para sonhar com dias melhores e o retorno do time à prateleira de cima do futebol brasileiro.

Dívidas e punição

Com o estrago feito pelos antigos dirigentes e o clube entrando 2020 na Série B e com dívidas astronômicas a serem quitadas, a temporada foi uma sucessão de notícias desastrosas, que desanimavam até o mais fanático de seus torcedores. O time trocou de técnico como se troca de camisa. Mesmo sendo torcedores declarados da Raposa, Adilson Batista, Enderson Moreira e Ney Franco só contribuíram para deixar o ano mais funesto, com o clube estrelado correndo até risco de ir parar na Série C, se não aparecesse Felipão para tentar colocar ordem na casa.

Mineiro

E a temporada começou a se desenhar triste para o lado azul das Minas Gerais já na disputa do Campeonato Mineiro, quando, sob o comando de Adilson Batista, o Cruzeiro conseguiu a proeza de ficar fora das semifinais do estadual, algo que não acontecia no quase um século de história do torneio.

Apostas falsas

O Cruzeiro começou o ano sob o comando de um grupo gestor, que, por mais boa vontade que possa ter tido, no futebol só fez apostas que levaram o time ainda mais para o buraco. Preocupados em equacionar os inúmeros problemas de bastidores, políticos e financeiros, eles se esqueceram que o carro chefe do clube era o futebol e deu no que deu: o Cruzeiro passou toda a temporada testando jogadores e tentando montar um time.

Jovens

Nesta história podem ter queimado muitos jovens, promessas do clube, que na hora de a onça beber água não deram conta de segurar a barra, e o time por muito pouco não deu um vexame ainda maior.

É certo que deve, sim, ser valorizada a base, mas não como solução de um problema, e sim como promessas para o futuro. Pensar fora disso é desastre certo, e foi essa a realidade azul.

Estragos

E o Cruzeiro só não fechou de vez as portas em 2020 porque é grande demais, e seus mais de nove milhões de torcedores – famosos e desconhecidos – uniram forças para tirar o clube do buraco em que foi metido pelos seus ex-dirigentes. Não fosse tamanho o estrago, disputar a Série B não teria sido o drama que se mostrou ao longo do ano. 

Fizeram pouco

Quem estava no clube no início de 2020 fez pouco caso do time de futebol, achou que só a camisa ganhava jogo e a realidade tratou de mostrar que não é este o caminho. Não planejaram bem o ano e a Raposa terá que ficar mais uma temporada de castigo na Série B, com a esperança de que os dirigentes tenham aprendido com os próprios erros e comecem a planejar desde já a disputa do Brasileirão.

Voltar à Série A passou a ser obrigação no ano de centenário do clube.

Continua

Na próxima coluna o foco será o América, único clube da capital a terminar o ano com motivos para festejar.

Comentários