Sucumbidos

Preto no Branco 

As eleições 2020 em Divinópolis apresentam realmente um cenário diferenciado. Várias nuances chamam atenção para isso. A quantidade de chapas, que insiste em não diminuir – pelo menos até o fim das homologações, no próximo dia 26 –, a presença das mulheres, praticamente em todas elas, mas especialmente o sumiço dos considerados grandes partidos do país. O PSDB, de grandes nomes em todos os níveis da Federação e que tem como principal referência na cidade e região o deputado Domingo Sávio, não lançou candidato à Prefeitura. O MDB, do prefeito Galileu Machado, anunciou o vice aos 48 do segundo tempo. Restou apenas o PT, este vai de chapa completa. Mas longe de causar o mesmo alvoroço de anos anteriores. Decadência ou incompetência? 

Quem é quem? 

Com o sumiço dos chamados grandes, alguns que até então eram desconhecidos de grande parte do público ganham notoriedade nesta disputa municipal. No páreo rumo à Prefeitura, Republicanos de Marquinho Clementino; Patriotas do Sargento Elton; PSD com Iris Moreira; Solidariedade, Laiz Soares; Wiil Bueno, PP; Fabiano Tolentino, CDN, antigo PPS; e Gleidson Azevedo, PSC. Entre estes, no top 10 dos partidos, o de Tolentino, por exemplo, está entre os últimos. O de Laiz, da mesma forma. A exceção é o Progressista, de Will, entre os primeiros colocados. Claro que não influencia em nada na hora da escolha do eleitor, mas que escolhas erradas e atitudes nada recomendáveis aos olhos da ética derrubaram os grandes, isso é fato. 

Os culpados 

De 2017 de para cá, não foram poucas as legendas que decidiram mudar de nome por livre e espontânea pressão. O desgaste junto à população, que começou a ficar mais exigente e atenta, e da própria classe política fez muita gente se render às mudanças. Ano passo, por exemplo, das dez maiores bancadas do Congresso, pelo menos a metade das siglas alterou o nome em busca de renovação. O principal recado veio da rejeição das urnas em 2018. Mudanças que indicam um sistema partidário brasileiro pouco consolidado e que treme por qualquer ameaça. E motivos não faltam. Reflexo que é sentido nas disputas municipais neste ano, percebido até pelos menos entendedores de política. 

Desgaste da imagem 

Um exemplo é o PT, que, desde a derrota do seu candidato Fernando Haddad para Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais, intensificou as discussões sobre como superar o antipetismo e o desgaste da imagem da legenda. Houve até a proposta de mudança do nome – possibilidade descartada por unanimidade. Sem mudar, ainda discute em todas suas representações pelo país, como sair desta estagnação e recuperar pelo menos parte do prestígio que um dia teve.  Talvez a criação de uma frente formada por movimentos sociais e setores democráticos seja o início de mudanças em um partido que hoje não consegue nem fazer oposição ao atual governo federal. Muito difícil, mas não custa tentar. Ou isso, ou aceitar e sentir menos dor.  

Bastidores agitados 

“A volta dos que não foram.” É bem isso. Esta frase resume bem o anúncio feito ontem por Fabiano Tolentino. A volta de Jaime Martins ao cenário não causou muita surpresa, visto que nos bastidores já se cogitava a volta da parceria. Tolentino disse que apenas retribuiu o convite ao chamar Jaiminho para ser seu vice, o mesmo que ocorreu com ele quando Jaime o convidou para ser seu vice. Parceria retomada, prazos que findam, agora é a vez de os eleitores começarem a exercer seu papel.

Próximo passo 

Com as convenções do PP, que confirmou o nome de Will Bueno na disputa pela Prefeitura, e do PSD, que fez o mesmo com Iris Moreira, está finalizada a primeira parte de escolha de nomes de formação de chapas na briga pela principal cadeira do Município. O próximo passo é confirmar todo o processo na Justiça Eleitoral no período das homologações. Ou seja, nos próximos dez dias, os divinopolitanos conhecerão de fato que são os candidatos e começarão já a trabalhar na metodologia de escolha. Multa calma e, principalmente, análise, nesta hora. Afinal, é uma escolha que terão que “engolir” pelos próximos quatro anos. 



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