Somos força

Laiz Soares 

Somos força

 

Mulheres empreendedoras já movimentam a economia brasileira. São milhares de brasileiras que conseguem criar os filhos e netos empreendendo, vendendo. Às vezes, quando pensamos em empreendimentos, olhamos somente para grandes empresas, mas o empreendedorismo está no nosso cotidiano na venda do seu bairro, na cabeleira que você frequenta, na produção artesanal que você consome.

Segundo o Institute of Business Education (IBE) a proporção de “Empreendedores Novos” – os que têm um negócio com menos de 3,5 anos – é maior entre mulheres, sendo 15,4% contra 12,6%  dos homens. As empreendedoras representam 48% dos Microempreendedores Individuais (MEIs). A pesquisa também mostrou que as mulheres empreendem movidas principalmente pela necessidade de ter outra fonte de renda ou para adquirir a independência financeira. Para as mulheres, empreender é sinônimo de liberdade!

Mesmo com tantas mulheres dispostas a conduzirem os seus empreendimentos, estamos longe da igualdade desejada. Embora as mulheres representem 52% da população brasileira, só ocupamos posições de destaque em 13% das 500 maiores empresas no país, de acordo com dados do Insper.

 

Segundo relatório do Fórum Econômico Mundial de 2020, se continuarmos no ritmo atual de inclusão das mulheres no mercado de trabalho, vamos levar 257 anos para atingir a mesma participação econômica e oportunidade que os homens no mundo. 

Não existe um único país em que homens gastam a mesma quantidade de tempo que as mulheres em trabalho não-remunerado, como o cuidado das crianças e do lar, o que deixa as mulheres menos competitivas no mercado, já que possuem menos tempo para se prepararem, trabalharem e até mesmo descansarem e terem seu ócio criativo.

O Brasil é um dos piores países em termos de igualdade de gênero considerando a paridade nas áreas de participação econômica, educação, saúde e poder político, ocupando a posição 93 em 156 países. A valorização do empreendedorismo feminino é para ontem! Mulheres empreendedoras desempenham um papel essencial na redução da desigualdade da sociedade em geral. 

Para isso, nosso país precisa adotar e fortalecer políticas sólidas e legislação para a promoção da igualdade de gênero e o empoderamento de todas as mulheres e meninas, em todos os níveis.

Devemos aumentar o uso de tecnologias de base, em particular as tecnologias de informação e comunicação, para promover o empoderamento das mulheres – além de empreender reformas para dar às mulheres direitos iguais aos recursos econômicos, bem como o acesso à propriedade e controle sobre a terra e outras formas de propriedade, serviços financeiros, herança e os recursos naturais, de acordo com as leis nacionais. E também garantir a participação plena e efetiva das mulheres e a igualdade de oportunidades para a liderança em todos os níveis de tomada de decisão na vida política, econômica e pública.

Como cidadãos, também fazemos a nossa parte ao valorizar as empreendedoras à nossa volta. Pensando nisso, criei o grupo “Elas por Divinópolis”, para as empreendedoras de Divinópolis conhecerem o trabalho umas das outras e apoiarem seus empreendimentos por meio da compra dos produtos e serviços.

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