Somente o título interessa

José Carlos de Oliveira

Que o técnico Jorge Sampaoli não se engane do que pode vir por aí, caindo para cima de sua cabeça. Se o time não se reencontrar e trilhar novamente o caminho das vitórias no nacional, as cobranças serão do tamanho do investimento que está sendo feito na montagem do elenco para os próximos anos. Nada menos que que não seja o título interessa aos “investidores mecenas” e à massa alvinegra. 

Que o argentino abra o olho. Vice ou mesmo uma vaga para Copa Libertadores em 2021 é o mesmo que nada. Só a taça de campeão interessa para o atleticano.

Quebrar o jejum 

E não poderia ser diferente, afinal, quem investe mais de R$ 200 milhões para montar um time e ainda faz todas as vontades do exigente treinador tem mais é que cobrar mesmo. E a taça de campeão, cinquenta anos depois de sua única conquista, em 1971, é a única coisa que interessa a todos que militam pelas bandas da Cidade do Galo.

Caindo de produção

Depois de um início avassalador e empolgante, com atuações brilhantes em muitos jogos e que davam mesmo a impressão de estar nascendo um grande campeão, a equipe de Sampaoli caiu de produção nos últimos duelos e vem de três tropeços em sequência – dois empates em pleno Mineirão e uma derrota na Bahia – contra adversários que não brigarão pelo título, e o time já começa a ter seu futebol questionado até mesmo pelos torcedores mais fanáticos.

Ficou manjado

Com um esquema de jogo kamikaze, o treinador atleticano cobra que seu time vá para cima de seus adversários o tempo inteiro, mas só que se esqueceu de combinar isso com seus oponentes, que mostram já ter aprendido o caminho das pedras e a maneira mais fácil de conter o ímpeto de gol do Galo. 

Jogos decisivos

Nas próximas seis rodadas – quando fará três jogos no seu poleiro e outros três no terreiro do vizinho, sendo dois deles contra os adversários mais diretos na briga pelo título, Flamengo e Internacional – será a hora de o Galo provar ao que veio neste Brasileirão. Se dando bem nesses confrontos, o sonho é, sim, de título.

Se não? Já era... 

Mais uma vez ficará para o ano que vem. 

MANGUEIRAS BRASIL

Cruzeiro continua devendo futebol

Em campo o time estrelado continua a dever uma resposta para sua fiel torcida. A equipe, mesmo tendo elenco sabidamente superior ao de seus adversários de Série B, não consegue se acertar em campo e vai acumulando vexame atrás de vexame, correndo, sim, riscos reais de se afundar ainda mais na lama. A hora agora é de acordar de vez e tratar de fazer o que são pagos para isso: jogar bola. Ou tomam uma posição já – jogadores, dirigentes e comissão técnica – ou se preparem para ver o terror neste fim de temporada. 

A China Azul não vai aguentar calada mais humilhações e cobrará em dobro tudo que está passando, e o mínimo que pede é trabalho de todos, trabalho e resultados.

Arrumando a casa

Se dentro de campo as notícias são as piores possíveis, fora dele a diretoria tem conseguido arrumar a casa. Nas últimas semanas, boas novas foram passadas para seus torcedores. Pagamento de débitos na Fifa e liberação para inscrição de jogadores, acerto de dívida com a Fazenda Nacional e a contratação de um treinador campeão e com carisma são apenas algumas delas. 

Agora resta saber se acontecerá o caminho inverso. No passado o extracampo serviu de desculpa para o pífio rendimento do time, vamos ver agora se acontece o contrário, com as boas novas da diretoria dando fôlego e ânimo aos atletas em campo. Essa é a esperança da torcida. E tem que ser para ontem, enquanto ainda há tempo pelo menos para sonhar.

Cascudo

Felipão já deixou claro que o time precisa de reforços, e de preferência que sejam atletas mais rodados, com experiência para suportar a pressão que vem por aí. Se, para ele, esse é o caminho, a torcida só pode esperar que ele esteja certo, com a razão. Se, para sair do buraco, tem que ter um time mais cascudo, que seja então assim.

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