Socialistas discordantes

 

O PSOL de Divinópolis se encontra em uma situação bastante confusa. Parece o que acontece com o PT local alguns anos atrás e acabou provocando uma grande debandada da sigla. Ao que tudo indica, existem três correntes de pensamento entre os socialistas e elas não se compatibilizam em nenhum momento.

De um lado, temos o PSOL de Torquato, talvez a figura mais conhecida dentro do partido em Divinópolis. Tendo disputado várias eleições, seu jeito peculiar atraiu muitos simpatizantes e também pessoas que o rejeitam. De toda forma, foi o que conseguiu melhor resultado nas urnas até hoje. Problemas internos, porém, fizeram com que vários membros dissessem que o mesmo foi expulso e não está mais no partido. De toda forma, ele está andando com uma certidão no bolso, expedida pelo TRE, que confirma que ele ainda está filiado e recentemente esteve com membros da Executiva estadual na cidade.

O outro lado é o do dentista Arthur Guimarães. Histórico militante das causas sociais que também disputou eleições, Arthur se coloca como um militante que segue as diretrizes ideológicas nacionais da sigla e critica avidamente a postura de alguns membros locais, os quais ele afirma que estão na política por vaidade e não por interesses coletivos, conforme as diretrizes do PSOL. Arthur já cogita apelar para lideranças estaduais para intervenção na cidade e reorganizar o partido, que acredita estar se perdendo.

Há a terceira via, que afirma que nem Arthur nem Torquato falam pelo PSOL. Um destes membros é Mário Pedreiro, que disputou eleições municipais, possui também sua corrente de pensamento e afirma também defender interesses dos trabalhadores. Existem outras figuras ainda, algumas de destaque na comunidade, mas que em meio a esta confusão têm preferido não se pronunciar.

A próxima reunião do partido será na quarta-feira, 28, às 19h, na Sala Vereador José Constantino, no Anexo da Câmara Municipal, na sobreloja 2 do Edifício Costa Rangel. Além do posicionamento do partido para as próximas eleições, deverá ser discutida a repercussão da morte da vereadora carioca Marielle Franco, do PSOL. Neste ponto, todos eles concordam: este crime representa uma grande ameaça para a democracia brasileira.

 Pergunta pertinente 

A mãe de um jovem de Divinópolis que possui diabetes de um tipo raro e que faz uso de uma insulina especial me fez um questionamento muito pertinente. O filho dela chegou a ser internado no CTI do Hospital São João de Deus recentemente porque não tem conseguido acesso ao medicamento na rede pública. Esta insulina está em falta há meses e várias pessoas estão correndo risco de morrer ou ver sua situação se agravar devido à sua falta. A mãe disse que já quis até comprar, mas não se acha nas farmácias da rede privada porque elas não se interessam em vender um medicamento que é fornecido de graça pelo SUS.

Vamos ao questionamento então que ela me fez: como as pessoas conseguem se mobilizar de maneira tão contundente, lotando Câmara, gerando inúmeros comentários e compartilhamentos em redes sociais para uma fala infeliz sobre sacrifício de animais que nem nunca vai acontecer e, ao mesmo tempo, fecham os olhos para as inúmeras pessoas que estão morrendo sem remédios na “farmacinha”? Animais hoje valem mais do que humanos?

Ela disse que vem fazendo inúmeros apelos e consegue apenas apoios tímidos de um ou outro. Os cães, que nem sob ameaça estão, conseguiram muito mais repercussão.

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