Sentença de morte

A disputa entre gangues por pontos de drogas, situados na maioria das vezes em bairros mais distantes, geralmente responde pela maior parte dos homicídios no Brasil. Divinópolis não foge a esta realidade, como confirmam as polícias Militar e Civil. Os alvos são indicados, depois escolhidos os executores que vão à caça e fazem o serviço. Situação que passou a ser rotina para os brasileiros e foi registrada no último fim de semana na cidade com três assassinatos. Dificilmente, a vítima escapa da emboscada. Resultado: menos um concorrente, a polícia prende, mas a lei solta e mais uma família destroçada.

Rotina e aumento

O pior de tudo é que a certeza da impunidade culmina em um repertório de escolhas diárias e produz um efeito multiplicador de execuções. O mais triste e escabroso em que conforme os homicídios se repetem, os autores continuam soltos. O tal de fugir do flagrante ajuda que é uma beleza.  A arma de fogo é a principal responsável por estas mortes, algo em torno de 41 mil pessoas por ano no país. População maior do que muitas cidades da região.

Três e 15

Os três assassinatos registrados no último fim de semana em Divinópolis elevaram para 15 a quantidade de pessoas que perderam a vida desta forma em 2019. Número muito maior, se comparado com o mesmo período do ano passado. Preocupação a mais para as autoridades de segurança que trabalham incansavelmente para evitar que os 61 homicídios registrados em 2017 e 2018 não sejam ultrapassados.  Força e fé, porque se forem depender da justiça e das leis, terão muito gelo ainda para enxugar.

De onde saiu?

O Brasil é um país laico. Pelo menos é o que está previsto na Constituição Federal. Mas, entre estar no papel e cumprir rigorosamente a determinação, “são outros quinhentos”. Uma nação laica defende a liberdade religiosa a todos os seus cidadãos e não permite a interferência de correntes religiosas em matérias sociopolíticas e culturais. No entanto, a secretária de Educação Básica da Secretaria-Executiva do Ministério da Educação, Simone Moraes, que assumiu o cargo semana passada, parece desconhecer a regra ou morar no Oriente Médio.  "O aluno vai aprender que o criador da geografia foi Deus, o realizador da história foi Deus, e o primeiro matemático foi Deus."! Como assim?  

Pela Bíblia

O Cristão acredita fielmente que Deus é o autor de todas as coisas, principalmente da Terra, e isso realmente é bíblico. Mas, daí começar a estudar matemática nas salas de aula pelo livro de Gênesis é muita viagem. Depois de a ministra da Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, afirmar que as crianças precisam aprender que mulheres devem usar rosa e homens, azul. Não dá para surpreender com mais nada vindo de Brasília.

Faltou a aula

De bons costumes, a ministra deu aula, porém parece não se lembrar pelo menos de parte do conteúdo de geografia. Ao retuitar uma postagem no último sábado, 16, sobre a discussão ocorrida entre a embaixadora brasileira Maria Nazareth Farani Azevedo e o ex-deputado federal Jean Wyllys, na sede mundial da ONU, Damares Alves, cometeu a gafe de colocar a cidade de Genebra, localizada na Suíça, na Alemanha. Logo após a postagem, a ministra virou alvo de críticas nas redes sociais. “Na Alemanha!!!?? Fake news que não foi à aula de geografia! Hahaha”, disse o jornalista que divulgou o vídeo, Jamil Chade, do jornal O Estado de São Paulo, que cobre ONU há mais de 20 anos.

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