Semana de definições na Raposa

José Carlos de Oliveira 

Mesmo com a bola ainda longe de voltar a rolar por estas bandas, o torcedor cruzeirense que se prepare para uma semana de muitas emoções, que podem levar pânico e medo a muitos cardíacos e também trazer alegria e esperanças a milhões de apaixonados pelo time azul e branco das Minas Gerais. Estão todos à espera das primeiras decisões do presidente eleito, Sérgio Santos Rodrigues, que começou ontem a semana à frente do clube, antes de efetivamente assumir o clube, em 1º de junho. 

E motivos são muitos para a apreensão dos torcedores estrelados. Novos membros da diretoria, reforços, pagamento de funcionários e atletas, e principalmente uma solução para as dívidas que se arrastam na Fifa e que tiram o sono de toda a China Azul.

Diretoria

A conta gotas, o novo presidente vem anunciando a sua nova equipe de trabalho, os nomes com quem pretende contar nos próximos meses, trazendo para seu lado pessoas que são de sua inteira confiança. No sábado, foi a vez de Deivid, aquele mesmo que foi jogador e técnico da Raposa, que chega para ajudar Ricardo Drubsky no comando do futebol. 

E ontem saiu o anúncio do novo superintendente jurídico, que será Flávio Boson. Até aí nada a contestar, porque primeiro há que se dar chance a que eles trabalhem e só depois cobrar resultados.

Dívida na Fifa

Mas é com as dívidas na Fifa que o torcedor mostra maior preocupação no momento. Depois de ser penalizado com a perda de seis pontos na Série B do Campeonato Brasileiro semanas atrás, o clube celeste pode ver aumentada para 12 pontos a pena, se não saldar até o fim desta semana uma dívida de aproximadamente R$ 10 milhões, contraída junto ao Zorya Luhansk, da Ucrânia, pela compra de Willian Bigode, ainda em 2014, na gestão de Gilvan do Pinho Tavares. É pagar e tirar o seu da reta ou começar a Série B com menos 12 pontos.

Não há outra alternativa.

Eleições ainda sob risco

A eleição da semana passada definiu Sérgio Santos Rodrigues como novo presidente do clube estrelado, com a vitória já era esperada contra seu concorrente Ronaldo Granata, mas ainda está longe de colocar um ponto final na guerra política em que se transformou a Raposa. A bola da vez agora é o comando do Conselho Deliberativo, que deve mesmo ir parar no tapetão.

Entenda o porquê

No pleito de quinta-feira última, 21, na sede do Barro Preto, a chapa vencedora foi a que era comandada por Paulo Pedrosa, com uma vantagem de apenas 10 votos sobre a Chapa de Giovanni Baroni, que teve 102 votos contra 112 do rival na contagem final. Mas este só levou a melhor por contar com votos (25) de conselheiros que tiveram seus direitos suspensos pelo conselho e só participaram do pleito por força de uma liminar na justiça. E é justamente aí que está o xis da questão: os vencedores não têm legitimidade para comandar o órgão que os expulsou. E ponto final.

Na justiça

No fim de semana, por suas redes sociais, o líder da chapa "Transparência e Reconstrução" – Giovanni Baroni – segunda colocado na eleição, confirmou que irá à Justiça para impugnar a eleição para o Conselho Deliberativo, e a China Azul pode se preparar para mais uma guerra de "acusações", que mais mal fazem que ajudam o clube.

Antes disposto a aceitar a derrota (pelo bem do clube), o candidato derrotado mudou de ideia ao assistir entrevista de Pedrosa, na qual este contesta as auditorias que tentam elucidar a "roubalheira" que aprontaram na Raposa, roubando na mão grande nos tempos de Wagner Pires de Sá.

E está com razão Baroni. Só de defender diretores ladrões Pedrosa já perde toda a credibilidade.

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