Secretaria confirma apenas uma morte por dengue

Matheus Augusto

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) confirmou ontem a morte de uma pessoa na cidade em decorrência da dengue. A Secretaria Municipal de Saúde (Semusa) informou, no dia 23 de abril, que dois idosos, um homem de 77 anos e uma mulher de 69 anos, morreram em consequência da doença. As amostras foram recolhidas e enviadas à Secretaria de Estado para validação dos diagnósticos. Ainda não se tem informações sobre a segunda vítima.

Em todo o Estado já foram registradas 132 mortes. Outros 127 casos fatais ainda estão em análise para a confirmação se a causa está ligada ao mosquito Aedes aegypti.

Casos

A mulher, de 69 anos, morava no bairro Santa Clara e morreu no dia seguinte após ser internada no hospital Santa Mônica, onde chegou com o quadro de saúde delicado. Já o homem, de 77 anos, morador do bairro Niterói, deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Padre Roberto em estado grave. Ele morreu no dia 18, poucas horas após ser internado.

A Prefeitura informou, em 23 de abril, que as mortes foram causadas pela dengue após testes nas próprias unidades onde as vítimas morreram. Seguindo os procedimentos, as amostradas foram colhidas e enviadas ao Estado.

Cidade

O boletim epidemiológico estadual, divulgado ontem, aponta Divinópolis com 4.091 notificações. Ou seja, são cerca de 1.733 suspeitas para cada grupo de 100 mil habitantes. De acordo com o parâmetro da SES, a cidade está classificada com incidência muita alta, uma vez que o número é maior do que 500.

Dos 54 municípios integrantes da Macrorregião Oeste, a cidade fica na 21ª posição. A avaliação é feita levando em consideração a incidência, e não apenas sobre o número de registros. Caso fosse levado apenas o número de notificação, Divinópolis assumiria a 2ª colocação, ficando atrás apenas de Nova Serrana, que teve 4.433 suspeitas neste ano.

Queda

Até então, os últimos dados da dengue divulgados pela Semusa eram do dia 21 de agosto. Na época, a secretaria da cidade, havia contabilizado 4.537 notificações de dengue. Desse número, 4.040 foram confirmadas e 442 descartadas.

Anteriormente, como o número de casos aumentava rapidamente, o boletim epidemiológico municipal era divulgado semanalmente. Agora, com a redução brusca de novas suspeitas, o relatório passará a ser emitido mensalmente. Para se ter ideia, em apenas uma semana, a secretaria chegou a registrar mais de 500 novas suspeitas. No entanto, desde o mês passado, com o clima mais ameno, os números começaram a apresentar queda, chegado a menos de dez notificações por semana.

A redução de casos também pode ser percebida através do Levantamento de Índice Rápido do Aedes aegypti (LIRRa). Realizado três vezes ao ano, o primeiro, feito em janeiro, apontava Divinópolis um risco de infestação alto em 6,4%, segundo os dados da Vigilância Sanitária. O segundo levantamento, levou em consideração a análise de 4.498 imóveis visitados entre os dias 5 e 9 de agosto. O índice apresentado foi de 1,2%, representando uma queda brusca. Assim, a cidade passou a ter um risco de infestação médio. Segundo os parâmetros do Ministério da Saúde, o ideal é ficar abaixo de 1%.

O levantamento também mostra onde os focos de dengue foram encontrados. Os números reforçam a necessidade de, principalmente durante o verão, o morador tomar cuidados básicos e evitar o acúmulo de água em objetos ou no próprio terreno.

Em Divinópolis, a região com índice de infestação mais preocupante foi a Norte (2%), Central (1,9%), Sudeste (1,7%) e Nordeste (1,2%), todas com risco médio. Já as regiões Oeste (0,7%) e Sudoeste (0%) apresentaram risco baixo.

Leis

E o problema não é a falta de legislação. Apenas neste ano dois projetos que tratam sobre o assunto foram a provado na Câmara.

O primeiro é de autoria do vereador Nêgo do Buriti (PEN), votado no dia 21 de maio e aprovado com 14 votos. A norma prevê que “a aplicação de multa ao cidadão que for flagrado jogando lixo nos logradouros públicos fora dos equipamentos destinados para este fim”. A penalidade pode chegar a quase R$ 800. Em caso de reincidência, o valor será dobrado.

Já o segundo projeto, protocolado por César Tarzan (PP), foi aprovado com 12 votos favoráveis na reunião do dia 27 de agosto. O texto altera a Lei Municipal 6.907, de 22 de dezembro de 2008. Com a mudança, passa a ser passível de penalidade colocar o lixo na rua fora dos dias de coleta.

— Deixar nos logradouros públicos da zona urbana e rural, ainda que depositados em lixeiras, qualquer tipo de lixo, detritos, resíduos líquidos e graxos fora dos dias de coleta, conforme determinado pelo órgão competente da Prefeitura — informar.

Em sua justificativa, Tarzan cita a preocupação com as consequências trazidas pelo acúmulo de lixo até a coleta.

— O acúmulo de lixo tem gerado diversos problemas, pois pode servir de alimento para animais e insetos que são vetores de doenças. As mais comuns são a leptospirose, peste bubônica e tifo murino, causadas pelos ratos, além de febre tifoide e cólera, provocadas por baratas, e malária, febre amarela, dengue, leishmaniose e elefantíase, transmitidas por moscas, mosquitos e pernilongos — ressaltou o vereador.

Executivo

A Prefeitura realiza, periodicamente, mutirões de limpeza nos bairros. A ação visa recolher resíduos e objetos que podem acumular água e, consequentemente, potencializar a proliferação do mosquito. Além disso, são promovidas ações de conscientização nos espaços públicos e nas escolas, bem como a orientação dos moradores pelos agentes de saúde.

 

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