Queda do dólar pode afetar cadeia alimentícia

 

Jorge Guimarães

A baixa do dólar impacta diretamente no preço de alguns alimentos, medicamentos e produtos importados, como a gasolina e demais combustíveis a base de petróleo. Com a baixa significativa de 8,09% no mês, a expectativa do consumidor é que ela seja repassada o mais breve possível, vista ainda a aproximação das festas de final de ano. Para muitos seria um belo presente de fim de ano ver que, principalmente na alimentação, os preços diminuíram.

— Espero que sim, que os preços voltem a cair. Mas vai depender dos empresários e que eles coloquem as mãos na consciência. Assim podemos fazer uma boa ceia de Natal e Réveillon — disse a profissional liberal Adriana Maciel.  

Trigo

No setor alimentício, os que usam a farinha de trigo na base, como pães e massas, serão os primeiros a serem afetados com a baixa, se realmente os custos forem repassados ao consumidor. Por mais da metade do insumo ser importado, a queda do dólar reflete diretamente no preço final.

Para o economista Leandro Maia, a queda do dólar nos últimos dias vai impactar diretamente nos preços de produtos que utilizem insumos importados. Como é o caso das massas e pães. Mas, segundo ele, devido ao estoque do fabricante, essa baixa ainda não esteja ao alcance do consumidor.

No entando, creio eu que devido à concorrência e ao alto giro do trigo, a queda nos preços deve ser a curto prazo, junto aos fabricantes, pela sua reposição de estoque — avalia.

Variáveis

Já para um dos gerentes comerciais de um gigante do atacado e varejo, Marcus Augusto, é cedo ainda para se afirmar.  

— A variação de preço nas gôndolas não acompanha a variação do dólar de imediato, pois existe uma série de variáveis, como compra antecipada do fornecedor, giro de produto, sazonalidade de compra e revenda, além do estoque. Uma queda da moeda, para ser sentida efetivamente, precisaria de um ano constante em queda para se ter uma percepção real. É cedo para afirmar qualquer impacto — avaliou o gerente.

Cotação

A cotação da moeda norte-americana segue em queda registrando nesta terça-feira, 9, um recuo de 1,47%, cotado a R$ 3,71 para venda, o menor valor desde 3 de agosto.

 

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