Queda anunciada (2)

José Carlos de Oliveira 

Voltando ao tema da inédita queda do Cruzeiro para a Série B, a torcida do Cruzeiro merece um capítulo à parte, porque alguns bandidos travestidos de torcedores deram sua contribuição para o desfecho final desta triste história.

Mas é bom que não misturemos “alhos com bugalhos”. Aqueles que foram uma pedra no sapato do time azul durante toda a temporada são minoria, composta por marginais que se dizem fãs da Raposa, mas que estão anos-luz de serem realmente torcedores azuis.

Briga interna

Levada para as arquibancadas, a rixa entre as torcidas organizadas, Máfia Azul e Pavilhão Independente não pode ser explicada com palavras, tamanha a insensatez daqueles que se dizem torcedores do Cruzeiro, mas fazem de tudo para prejudicar o time nos jogos, levando o pânico àqueles que vão ao estádio realmente para apoiar a Raposa.

São apenas marginais que se fingem de torcedores, mas que, na realidade, não estão nem aí para vitórias ou derrotas do time e vão ao campo apenas para causar confusão e procurar brigas. Simples assim.

Interesses próprios

A hora é de dar nome verdadeiro aos bois. Este pessoal pode ser chamado de tudo, menos de torcedores. Seus interesses são pessoais e vão além de apenas torcer, estão escondidos a sete chaves e são poucos os que sabem a real intenção eles. Algumas organizadas são formadas por pessoas que se unem em grupos e ganham muito dinheiro à custa dos clubes.

Vendem seus próprios uniformes, camisas e tudo que possam inventar para fazer uma “graninha a mais”, e o pior, usando o nome dos clubes, que nada recebem em troca. E é daí que nasceu esta rixa entre eles mesmos, que acabou sendo levada para as arquibancadas e prejudicou e muito o clube.

Nem todos

Mas é bom a gente esclarecer bem as coisas e não misturar os fatos. Também nestas organizadas, a maioria de seus membros é composta por pessoas de bem, que vão aos estádios realmente para torcer, mas que, infelizmente, são comandados por indivíduos que visam seus próprios interesses e não estão nem aí para os demais.

Está de luto

E falando em torcida celeste, a verdadeira China Azul está de luto, com morte, nesta terça-feira, 10, de sua torcedora símbolo. Maria Salomé da Silva, 86 anos de idade, teve seu corpo velado ontem, no ginásio poliesportivo do Riacho, onde a equipe de vôlei estrelado manda seus jogos, e foi cremada no fim da tarde, às 16h, no Cemitério e Crematório Belo Vale, em Santa Luzia.

No Mineirão

Frequentadora assídua do Mineirão, em dias de jogos do Cruzeiro, Salomé passou mal no estádio justamente no dia mais triste da história de seu clube do coração, na derrota de domingo para o Palmeiras, que sacramentou a queda da Raposa para a Série B.

A torcedora foi socorrida ainda no estádio e encaminhada para um hospital na região Centro-Sul da capital. Com o decorrer dos dias, ela ficou debilitada e morreu em consequência de um infarto.

Rivalidade sadia

Torcedora símbolo do Cruzeiro, Salomé era respeitada até pelos torcedores de outros times e isso fazia questão de deixar bem claro. Envolvida em um episódio há poucas semanas, no ginásio do Riacho, em Contagem, quando um grupo de atleticanos agrediu moças cruzeirenses que acompanhavam o jogo do time de vôlei, Salomé foi levada ao hospital e fez questão de isentar os torcedores rivais de culpa na sua queda.

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