Que barulho é esse?

MAIS QUE PALAVRAS

‘QUE BARULHO É ESSE?’

Olá! Como vai? Hoje é impossível ficar em silêncio diante da vida. Sabe, a vida faz bastante barulho às vezes. São diversos os sons da vida. É natural! Afinal, a vida precisa ser vibrante para ser considerada viva. Mas a vida tem sido um descompasso em muitas áreas. O que faz com que haja um destaque para sons agudos, destoantes, desarmoniosos e chamativos. Sons que nos inquietam quase a todos. Não é um som desconhecido da sociedade. Infelizmente, é antigo. É comum! Presente entre nós desde os dias de Caim e Abel. Não consigo definir tais ondas sonoras inquietantes. Se são de agonia, angústia, dor ou algo parecido. Mas sei que é um som procedente da injustiça. O próprio Deus falou desse som. Exatamente quando da ocasião da morte de Abel. No momento em que este foi morto por seu irmão, de modo traiçoeiro. Naquele momento, o Senhor disse: “O sangue do teu irmão clama a mim...” (Gênesis 4.10).  Deus fora incomodado com o som daquele ato. Nós temos sido acordados com o mesmo som, só que em volume bem mais alto... Quase insuportável. Não sei quantos acordam com o som da injustiça, da violência, da discriminação social ou racial. Pior, não sei quantos conseguem dormir com tanto barulho. Não sei se é sono pesado ou consciência apagada.

Penso que todos deveriam acordar. Que todos deveriam tirar os tampões dos ouvidos. Porque é desconfortante. Pelo menos, deveria ser! O som da injustiça é a soma do grito de um órfão que se soma ao choro de uma viúva. Que é agregado à dor da mãe que perde seu filho. Sons que são somados ao grito cada vez maior de famílias e famílias vitimizadas por uma sociedade protecionista e uma justiça cega e igualmente “injusta”. O som dos injustiçados é o som da dor. Que, certamente, chega aos céus, como é relatado no Gênesis 18.20, que afirma: “o clamor de Sodoma e Gomorra tem se multiplicado...” Deus ouve e se incomoda com o barulho da maldade.

 “O diabo veste prata.” Assim Lauren Weisberger intitulou um de seus mais famosos livros. Na obra literária, a maldade se escondia atrás da figura de uma rica e bela mulher. A vida vem imitando a arte. Pois a maldade ainda usa disfarces de sucesso e bom gosto estético. A maldade veste as melhores marcas de roupa. Usa os melhores perfumes. Anda nos melhores carros, reside nas melhores casas. Outros são os disfarces da maldade, que, de tão belos, são utilizados como argumento de defesa. Contudo, o que pensar sobre a defesa da violência? Se a violência gratuita tem defesa, quem a defende é surdo quanto ao grito de dor social. De fato, “o diabo veste prata e os violentos usam máscaras”. Onde podemos encontrá-los? Que aparência têm? Certamente, não têm a aparência do mal. Enquanto o diabo continua vestindo prata suas vítimas vestem luto. Enquanto a maldade usa máscaras, suas vítimas demonstram sua dor, sem encontrar conforto. Enquanto imperar a maldade o som de aflição persistirá em alto volume. Pense nisso!

 

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