Praga humana

Divinópolis está mais uma vez prestes a enfrentar uma epidemia de dengue. Esta não seria a primeira na história da cidade, mas só mostra que o povo não aprendeu com a última enfrentada em 2016. Segundo dados da Prefeitura de Divinópolis, já foram notificados 233 casos de dengue na cidade, sendo 69 confirmados, quase o total dos confirmados em 2018 – no ano passado foram confirmados 77 casos em Divinópolis. Enquanto a cidade “se prepara” para uma epidemia, a vizinha Arcos já registrou a primeira morte em decorrência da doença e outras cidades do Centro-Oeste também “se preparam” para uma epidemia de dengue.

Apesar de o assunto ser amplamente discutido e divulgado durante todo o ano, não cabe a nenhum poder público evitar que a doença se alastre pela população. Muito pelo contrário, o único responsável por estas epidemias que as cidades enfrentam é o próprio povo. A maioria dos Levantamentos Rápido de Índices para Aedes aegypti (LIRAa) feitos pelos municípios apontam que 90% dos focos do mosquito Aedes aegypti estão nas residências, e o restante nos lotes. Em outras palavras, é só o ser humano sendo o responsável pela epidemia.

As prefeituras, o Governo do Estado e o Ministério da Saúde fazem constantes campanhas de alerta sobre o assunto, e em algumas delas trazem até as sequelas que a zika, a Chikungunya e a dengue podem deixar na pessoa, mas nada é capaz de fazer o ser humano cuidar do próprio quintal. O que mais impressiona nisso tudo é o fato de que o dono da residência com focos do mosquito pode ser sua própria vítima, porém nada faz para evitar, e ainda cobra ação do poder público.

Infelizmente, ainda falta muito para a população brasileira seja evoluída. Ainda falta muito para que o Brasil seja uma nação educada. E sem educação é a palavra certa para este povo, que simplesmente não sabe viver. Não sabe que jogar lixo no lote do vizinho é proibido e traz animais peçonhentos para a vizinhança; não sabe que jogar lixo nas ruas causa enxurradas; não sabe que deixar água parada vira criadouro do mosquito Aedes aegypti. É um povo que não sabe nada.

O Brasil tem um povo que tem que se pegar na mão e ensinar a viver, como se fosse uma criança. Um povo que causa a sua própria destruição e depois reclama como se não fosse o responsável. A temporada de dengue está aberta. Falta de aviso não foi. Falta de ensinar o povo como não ter focos em seu quintal também não foi. Mas, se querem insistir em viver como os homens das cavernas, que sigam o seu caminho, mas arquem com as consequências. No fim das contas, o homem vai causar a sua própria destruição.

E, o mais triste nisso tudo é que muitas vezes os inocentes pagam pelos pecadores. Muitas vezes aquele que tem o seu quintal limpo é vítima do mosquito que saiu do quintal sujo. Mais de 20 mil anos e o ser humano não evoluiu. Mais de 20 mil anos e o ser humano ainda age como um homem primitivo, sendo a maior praga que o planeta Terra já viu. É como dizem por aí: quem planta tomate não colhe maçã. Que o ser humano arque com as consequências das suas escolhas.

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