Pierre Cardin

Wagner Penna

O fim do ano fashion de 2020 foi assinalado pela morte do estilista Pierre Cardin, o nome da moda mais conhecido pelo grande público. Em seus 70 anos dirigindo e criando moda, promoveu grandes avanços no setor. Saiu da exclusiva e cara alta-costura para colocar seus vestidos em lojas de departamento parisienses, assim como emprestou sua marca para design de carros, móveis, casas e muito mais.

O interessante da vida de Cardin (nascido na Itália, vivendo na França desde a adolescência) é que fez coisas extremamente visíveis – mas pouco percebidas. Uma delas, o famoso terninho dos Beatles (com gravata fina), as primeiras camisas masculinas assinadas por um costureiro feminino, a proposta de moda futurista e sem link com o passado. Um revolucionário.

Valendo bilhões de euros, seu império continuará dirigido por um sobrinho – que já o acompanhava nos últimos anos. As apostas são de que grande parte será vendida agora, atendendo as exigência do mercado fashion cada vez mais aglutinado em torno de holdings poderosas. 

Adorava o Brasil e aqui esteve por várias vezes. Chegou mesmo a ter um restaurante no Rio, inaugurado com a conhecida pompa francesa. Até papel em filme brasileiro fez, com cenas filmadas no Nordeste. 

Foi-se aos 98 anos muito bem vividos. 

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