Pedágio na MG-050 fica mais caro

 

Matheus Augusto

Passar pelas praças de pedágio vai ficar mais caro para quem utiliza a MG-050. Isso porque a cobrança terá aumento, em 13 de junho, em valor que deve ficar entre 4% e 5%. As tarifas são ajustadas, anualmente, nesta data, e o cálculo é feito com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Para se ter ideia do impacto, no pior dos cenários, automóveis devem passar de R$ 5,90 para cerca de R$ 6,20. No caso das motocicletas, o pedágio passaria de R$ 3 para R$ 3,15.  

Além disso, a cidade recebeu ontem o secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas (Setop), Marco Aurélio de Barcelos Silva, que ficou de vistoriar, pessoalmente, obras da concessionária AB Nascentes das Gerais. Segundo ele, a intenção, neste momento, é avaliar a situação das ações de responsabilidade da empresa.

— A gente tem a obrigação institucional de pisar na estrada, de entender de quais são as condicionantes, o quanto anda o cronograma. O nosso objetivo hoje foi de inspeção. (...) É exatamente isso que nós estamos fazendo hoje: entender se tudo anda bem, se, eventualmente, há algo que não anda bem, e quais são as ações e medidas que a gente teria que adotar nessas circunstâncias — destacou o secretário.

Fiscalização

O secretário recebeu da AB Nascentes das Gerais a justificativa pelo atraso de algumas obras, que serão analisadas.

— Eles [AB Nascentes das Gerais] já nos mostraram aqui, para o município de Divinópolis, quais são as principais intervenções, o cronograma e, evidentemente, as razões de alguns atrasos. Claro que nós vamos avaliar todas as argumentações. A nossa grande preocupação é de que esse cronograma, que está sendo proposto, seja factível, que a gente pode contar com essa expectativa. E mais ainda: avaliar se esses argumentos são razoáveis, se eles são justificáveis ou não. E, não sendo, tudo vai depender da nossa avaliação, que a gente possa lançar mão das penalidades que forem aplicadas — destacou o secretário.

O secretário afirmou que irá visitar as obras para entender e avaliar a situação para, então, dar os encaminhamentos possíveis. Um dos locais a serem visitados é o encabeçamento do viaduto do Complexo da Ferradura.

O prefeito Galileu Machado (MDB) recebeu o secretário e destacou a importância da visita a cidade.

— É importante que as principais autoridades nessa área do Estado saibam, realmente, qual é a situação. Que possam ver que o principal dessa obra já foi concluído, que é a construção do viaduto e o asfaltamento, unindo o local até a rodovia que liga Divinópolis a Carmo do Cajuru — afirmou Galileu.

AB Nascentes

Segundo o presidente da AB Nascentes das Gerais, José Renato Ricciardi, o encontro com o secretário foi positivo.

— Essa reunião de hoje foi muito produtiva, estando aqui o secretário junto com a gente, demonstrando a parceria público-privada na MG-050. Ela tem uma forma que, conjuntamente, Estado e iniciativa privada possam propiciar o melhor ao usuário. Nós vamos ajustar as coisas que são necessárias, para que possamos dar ao usuário o melhor desempenho da rodovia — destacou o presidente da AB.

Além disso, José Renato ponderou que a empresa está investindo de R$ 470 milhões a R$ 500 milhões na duplicação da MG-050. A expectativa é de que a obra termine dentro dos próximos dois anos. 

— A parte que dá acesso ao Distrito Industrial estará concluída agora no fim de 2019, com a conclusão da ponte do rio Pará. Nós temos ainda em 2019, em outro trecho, o do final da JK com a MG-050, que também vai ser entregue neste ano. No restante, a conclusão de toda a duplicação seria até 2021 — pontuou José.

Ainda segundo o presidente da concessionária, juntamente com a ponte, será duplicado, inicialmente, um trecho até o acesso do bairro Distrito Industrial.

— É um trecho pequeno que vai até o Distrito Industrial, mas que vai resolver o problema de acesso do bairro. Não vai ter aquele entrelaçamento que existe hoje: uma parte vai passar por cima e outra por baixo. Acho que isso é esperado pela cidade. É uma obra que teve uma demora em função do licenciamento ambiental, por causa do rio Pará, uma série de coisas. Mas a ponte não vai ser inutilizável, será útil porque fará essa conexão — frisou.

Protesto

Na sede da AB Nascentes das Gerais, alguns moradores afetados com as obras marcaram presença e demonstraram insatisfação com o serviço prestado e atrasado. Um dos manifestantes era Antônio Carlos, que destacou os problemas do bairro Centro Industrial.

— Nós simplesmente estamos pedindo segurança na nossa cidade em relação ao trevo do Icaraí e de toda a redondeza por onde passa a MG-050 aqui. Já fizemos algumas manifestações e é calamitosa a entrada da nossa cidade. É uma dificuldade imensa. Como a cidade vai desenvolver sendo que o próprio Centro Industrial tem dificuldade de trânsito? É calamitosa. As pessoas não têm nem condições de fazer a travessia da pista com segurança. (...) Completam-se 11 anos com essa pendência. Divinópolis não cresce, e pagando dois pedágios, praticamente — afirmou Antônio.

Vereador

O vereador Josafá Anderson (PPS), responsável pela vida do secretário, acompanhou a visita de Marco Aurélio e foi um dos responsáveis por solicitar a vinda do secretário. De acordo com o vereador, diversos pontos, antes indefinidos, foram esclarecidos.

— Ficou definido prazo, que agora é dezembro, para ser entregue esta obra [avenida JK] e a do Serra Verde. Aqui nós tínhamos uma pendência, que é a questão da água pluvial, que a gente vê que é por conta do Estado e ficou deferido. O secretário definiu que é o Estado que vai pagar essa questão da galeria aqui e também da rua Maria Pinto, que é a segunda entrada do Jardim das Oliveiras e do Candelária — explicou.

Sobre a obra no Complexo Ferradura, Josafá ressaltou que a entrega deve acontecer apenas daqui a dois anos, pois houve atrasos na definição de qual projeto seria colocado em prática.

— Muito importante também foi a definição do projeto do bairro Icaraí, que tinha duas alternativas. Foi definido um projeto, o melhor deles, e a entrega dessa obra está prevista para 2021. É um prazo longo, mas é devido à falta de definição do projeto — informou o edil.

 

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