Onde erram os caminhoneiros

Ricardo Welbert

Ontem comentei aqui sobre os impactos da greve dos caminhoneiros e expliquei as razões pelas quais concordo com esse tipo de intervenção. Em uma nação democrática, qualquer segmento profissional tem o direito de fazer greve em reivindicação a pautas que lhes favoreçam em determinados aspectos. Um exemplo é a classe dos professores, que infelizmente é muito desvalorizada no Brasil e tem todo o direito de articular paralisações em prol de melhores salários e condições dignas de trabalho – como a dos docentes da Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg), que está em curso.

Porém, em relação à greve dos caminhoneiros, nem tudo são flores. Nenhuma classe profissional, por mais insatisfeita que esteja com as políticas públicas destinadas a ela, tem o direito de impedir o ir e vir de cidadãos que não têm nada a ver com os problemas dela.

Os caminhoneiros erram – e erram feio – ao bloquear as rodovias e impedir o tráfego. Se eles querem paralisar em protesto contra as políticas econômicas do governo, que encostem seus caminhões nos acostamentos das rodovias ou, melhor, os deixem nas garagens – pois assim também os produtos que eles entregam não chegarão aos destinatários. Porém, sem encher o saco de quem só quer ir embora para casa.

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