O próximo

Divinópolis sem sombra de dúvida enfrenta a pior crise de sua história. Nunca a população passou por tantas dificuldades para ter acesso a serviços básicos como agora. E, se uma parte desses inúmeros problemas são causados pelo confisco de verbas feito pelo governo do Estado – e já dissecado aqui inúmeras vezes – por outro lado, a crise que os divinopolitanos enfrentam é causada pelos poderes Executivo e Legislativo. Impossível não associar o fracasso da cidade ao cabo de guerra que Prefeitura e Câmara fazem desde 2017, logo após a posse do prefeito Galileu Machado (MDB), e dos 17 vereadores. O povo tanto pediu, tanto quis que em 2016 fez uma limpa no Legislativo. Dos 17 eleitos, só cinco conseguiram se manter na Câmara. Os novatos chegaram cheios de garra, de gana e de discursos inflamados. Tudo o que a população queria ver e ouvir.

Junto a essa mistura “inflamável” a cidade tinha também o grupo “Ação Política”, que em um primeiro momento ajudou – e muito – a cidade. Os administradores levantavam pautas importantes, discussões necessárias, instigava o povo para ir para a rua brigar por seus direitos, mas o grupo perdeu-se no meio deste caminho. Não sabia mais o que fazer, e por muitas vezes foi tendencioso, entrando no descrédito. Tanto fez, que perdeu seu rumo, e consequentemente sua força. Os boatos de que alguns políticos (grandes) da cidade estavam por trás do grupo foram crescendo, e por fim, virou até caso de polícia.

Com uma parte de quem inflamava toda esta situação de caos político, fora do jogo, o cabo de guerra se tornou intenso nos últimos meses. Oposição, e situação de Galileu na Câmara estão jogando com tudo, a todo preço, e não estão se importando se o “cabo de guerra” vai ser benéfico para a população, ou se vai “dar ruim”. O importante é jogar, e o principal, permanecer no jogo, custe o que custar. De 2016 para cá, o país vive uma fase incomum. Nunca se viu tanta gente revoltada com a política, e o pior, nunca se viu tanta gente irresponsável vivendo fora da realidade. Depois do impeachment da ex-presidente, Dilma Rousseff (PT), o que mais se ouve é “se ele não for bom, a gente tira”.

Sim! Infelizmente o povo está achando que se troca de presidente, de prefeito, de governador, como se troca de roupa. “Ah, não gostei desse, quero trocar”. As mesmas pessoas que negam a existência da ditadura, que chamam de “intervenção militar aclamada pelo povo”, pedem impeachment todo dia. Impeachment da presidente, do Michel Temer (MDB), de Galileu, de Pimentel (PT), e por aí vai, sem ter ao menos a noção do quanto isso prejudica a economia do Brasil, de Minas Gerais e até mesmo de Divinópolis. Tal situação é para ser acompanhada de boca aberta, porque pior do que uma pessoa pública criar tudo isso, são as milhares de pessoas que vão atrás e compram a ideia.

O Brasil em seu momento político atípico enfrenta não somente a ignorância do povo, mas também uma oposição cega, que não mede suas consequências, e que traz apenas como resultado a desestabilidade de tudo, a incerteza do futuro. Até que o próximo venha, o povo e, principalmente os representantes do dele, precisam aprender muito sobre democracia, política e economia.

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