O grande presente

 

Israel Leocádio

Olá! Como vai? Hoje desejo começar com um jargão bem comum: “Feliz Natal!”. Sei que nosso Natal pode ser bem diferente (em muitos aspectos) dos natais de anos anteriores. É bem compreensível que tenhamos um sentimento assim. Mas meu desejo de um Natal feliz não é apenas um jargão comum, como disse. É meu desejo real. É verdadeiro. Após um ano difícil, precisamos de um final com esperança de dias melhores. Precisamos de felicidade renovada. Precisamos de renovo. Isso não pode ser um desejo pessoal e egoísta. Deve ser um ideal compartilhado, visto que somos dependentes uns dos outros. O bem-estar de um reflete no outro. Somos seres sociais. E, tão certo como precisamos de Deus, precisamos um do outro. Por esse fato, minhas palavras vêm do coração. Que todos nós tenhamos um feliz Natal.

Permita-me utilizar outro jargão: geralmente dizemos, nessa data: “Tenha saúde e paz, porque o resto a gente corre atrás”. Não sei o que soa em seus ouvidos quando uma pessoa se utiliza dessa frase na noite de Natal, para cumprimentá-lo. A mim, soa como um desejo decorado, porém, real. Um desejo aprendido com a vida, de que saúde e paz funcionam como base para edificação sólida na vida. Sem essas coisas como alicerce, a edificação pode ruir. Mas, também compreendo esse desejo decorado real como que a identificação do presente ideal para a vida – e que desejamos ter. Na realidade, o que precisamos (mais do que presentes que são artigos de consumo) é saúde e paz. Mesmo porque não se pode aproveitar os outros presentes sem saúde e paz. É questão de necessidade básica. Então, desejo a você saúde e paz. Que sejam presentes ofertados a você, neste ano de tanta falta de ambos.

Mas não posso deixar de falar algo mais importante. Afinal, é por esta razão que nossa coluna é denominada “Mais que Palavras”. Quero fazer jus ao nome. O que (para mim) vai além das palavras jargonizadas, frequentemente utilizadas nas festividades de fim de ano (felicidade, saúde e paz), pode ser resultado de um momento de reflexão sobre o sentido do Natal. O que (supostamente) a humanidade comemora no Natal? Por que essa festa? Não seria isso importante? Não seria um bom momento para pensar nisso? Então, vamos lá! Pense comigo!

O Natal é a celebração do aniversário de Jesus de Nazaré. Para ser mais objetivo, é a celebração do nascimento daquele que foi dado à humanidade como um “Presente de Deus”. Ainda que a data escolhida seja a menos provável para o dia do nascimento de Jesus, é a data que deveria nos conduzir até Ele. Nenhum presente foi maior que este. Ninguém pode dar presente comparado a este. O nascimento (momento natalício, natal) de Jesus foi o maior acontecimento ocorrido entre os homens. Assim os Evangelhos desenham aquele momento: “Uma estrela no céu brilhava, apontando o grande evento. Enquanto os céus brilhavam, anjos avisavam alguns pastores no campo que o menino estava em Belém. Os seres celestiais cantavam em coro. Magos do Oriente, impressionados com o sinal emitido do céu, levaram presentes ao menino”. Foi apoteótica a chegada do Cristo de Deus. No Velho Testamento, o profeta já havia anunciado: “um menino nos nasceu, um filho se nos deu, e o principado está sobre os seus ombros, e se chamará o seu nome: Maravilhoso, Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz. Do aumento deste principado e da paz não haverá fim”

(Isaías 9.6,7). Perceba as palavras do profeta, que Jesus é o Príncipe da Paz e, que sobre Ele está o reino de justiça e realização de maravilhas.

Então, refletindo sobre isso, penso: por que trocamos o único que poderia nos trazer o de que mais precisamos (felicidade, saúde e paz), por outro que é produto de marketing comercial, criado por famintas feras consumistas, que tudo que prometem são bens de consumo, que nada valem em momentos realmente importantes? Por que nos lembramos de um intruso e invasor de residências do imaginário lúdico, em vez de nos lembrarmos do aniversariante? Como podemos desejar mudanças com esse sentimento?

A maioria das pessoas tenta (em vão) aplacar a dor do isolamento com o consumo de bens e produtos. Tentam atrair boas energias, com penduricalhos nas portas, com luzes na sacada... Mesmo em meio à pandemia, as pessoas se aglomeram em filas e fazem tumultos para adquirir o placebo para suas almas adoecidas pelos últimos acontecimentos. O paliativo de Natal poderá funcionar por algumas horas. Mas, no dia seguinte, a realidade estará lá.

Neste Natal, lembre-se do presente que já recebemos. Aceite-o em sua casa. Lembre-se do Aniversariante. Fale com Ele. Pois, o Príncipe da Paz está no trono e pode fazer tudo de que você necessita. Pense nisso!

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