O grande pensador

 

Causou consternação geral a morte da vereadora Marielle Franco, em razão de várias causas convergentes. Como ativista social, sempre defendeu os mais necessitados, entrou para a política provavelmente para ter um poder maior de reivindicação, brigou com os maiorais da favela onde morava, era mulher, pobre e negra.  

Nenhuma destas qualidades agradava aos dominadores do pedaço onde morava e, por ser de origem afrodescendente, não seria o maior motivo para o brutal assassinato. A esquerda brasileira, à qual sempre pertenceu, além da internacional, rebelou-se e foi para as ruas protestar e pressionar para que o crime não fique impune, os criminosos sejam presos e apresentados à sociedade. 

A polícia carioca já deve saber quem matou e quem mandou matar, a não ser que já tenha havido uma queima de arquivo, muito comum à bandidagem, principalmente depois da repercussão atingida, com a presença dos principais líderes políticos do país nas discussões e nas providências que o caso requer. 

Marielle, com certeza, era uma mulher corajosa e, com maior certeza ainda, pode-se dizer que não tinha medo de ser morta por gente do lugar onde nasceu, criou-se e se projetou. Para defender as suas ideias, somente estando em um partido de origem radical. No PSOL, ela concretizou a sua vontade de trabalhar pelos chamados direitos humanos. 

Não foi por mero acaso que se transformou na quinta vereadora mais votada do Rio, uma cidade que ninguém entende como funciona. As polícias já pediram auxílio das Forças Armadas (FFAA) por várias vezes e, agora, está semiocupada pelo Exército, que manda em absolutamente tudo que se refere à segurança.  

Políticos ligados ao PT, que ajudaram a bagunçar o Rio, agora estão colocando a culpa nas forças de ocupação da cidade, como se elas fossem obrigadas a estar em todos os lugares ao mesmo tempo. Teve até um deputado mineiro, que não tem nada a ver com o que acontece no Rio, que disse que a vereadora foi morta enquanto o Exército revirava as mochilas dos meninos das escolas. 

Este deputado nada fez para ajudar a consertar, mas, junto ao partido a que pertence, tudo fez para atrapalhar, afinal todos os candidatos eleitos ao governo do Estado do Rio, entre eles Garotinho, Cabral e o atual Pezão, estavam com dinheiro e apoio do partido chefiado por Lula. 

A cidade do Rio de Janeiro, como já foi dito nesta página de opinião por várias vezes, não é a mais violenta do país. Muito acima dela, está Belém, Fortaleza, João Pessoa, Natal e outras, embora, por pequena margem, mata mais que São Paulo em números proporcionais ao de habitantes. 

Uma cidade que já foi pacata antes de eleger alguém como Leonel Brizolla, tornou-se violenta quando este liberou as favelas para o tráfico e uso de entorpecentes, não permitindo que as polícias sequer fizessem qualquer incursão por lá. Os líderes foram aparecendo, as polícias perderam totalmente o controle e, assim, a onda de criminalidade se espalhou por toda a cidade, que agora se tenta conter em pouco tempo, o que é impossível. Muito difícil tombar uma árvore de raízes fortes. Melhor fazer como o velho Homer Simpson: “A culpa é minha e eu ponho em quem eu quiser!”. 

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