O avesso do avesso

O prefeito Galileu Machado (MDB) sabe perfeitamente o terreno pantanoso por onde anda pisando. Tem feito travessuras, como as gravações, contratando “estranhos ao ninho” para negociações dolorosas e caindo feito um patinho em contos porcos de pessoas idem. Sabendo o que faz, o prefeito tenta desacelerar a pressão sofrida pela falta de dinheiro, dando asas à imaginação de um ou outro auxiliar metido a sabichão e fazendo, como nos velhos tempos de futebol, a bola rolar com suavidade através da técnica adquirida em anos de mandato.

Não tem ganhado sequer uma batalha, mas levará até o fim a guerra de um mandato que nem sofrível é, pois nada de realizável aconteceu até agora e nem o que podia foi feito, em razão de tantas demandas em virtude de promessas de campanha.

Faltam ao prefeito pessoas com a vivência de um Fausto Barros, de um João Dias e do último a deixar o barco, Ricardo Moreira. Galileu sabe disso, mas não tem como fazer nada, pois, quando apertado, não encontra saídas que os seus companheiros sempre presentes lhe mostravam. É verdade que os tempos eram outros e que, se lá estivessem hoje, os companheiros agora ausentes, talvez, estivessem também em grandes dificuldades até de aconselhamento.

O antes andante Galileu Machado, de quem o povo tem profunda admiração, não tem faltado com a sua boa vontade de acertar. Mas está totalmente impedido de dar passos, não tão largos como antigamente em sua administração, porque os desajustes de sua casa ficaram grandes demais para ele. Numa equipe onde pouca gente se entende e que as três principais mulheres do governo vivem se digladiando para alcançar mais poder não pode dar certo. E o pior, Galileu não tem saída, pois não pode mexer em nenhuma dessas peças.

Optou-se então por uma reforma administrativa sem pé e nem cabeça, que tomaria bomba na primeira apreciação na Câmara. Agora, virá com outra diminuindo salários de quem deveria ganhar muito mais se tivesse conhecimento e gabarito para tal. Só que com salários de R$ 12 mil ou R$ 13 mil no mercado, somente serão encontrados iniciantes, aspones ou inexperientes ou ainda quem estiver ávido à procura de um serviço “espetacular ou de glamour”, cheio de dificuldades e de possíveis problemas judiciais futuros.

Estas pessoas, sem medo de ser feliz no momento, enfrentam o que estiver pela frente. Não se pode classificar toda uma equipe de inoperante ou ruim, pois não existe um critério para julgamento, mas deixar que o prefeito se enrede por caminhos secundários e promíscuos, é de chamar a atenção.

Falar com o povo, ouvir o povo, como nos bons e velhos tempos de outros mandatos, é sim uma boa medida. Fazer conchavos com vereador nunca foi bom, pois este está sempre com o voto, aquele buscado com o suor lá nos cantos das ruas e dos bairros, e se lá o prefeito não presta, ele também não será bem lembrado em seus discursos na Tribuna da Câmara. Toda reforma é bem-vinda, principalmente quando existe participação forte e saudável, sem a presença de grupelhos que só sabem vaiar e não apresentam qualquer solução. Saia da toca, prefeito. Ouça o povo, seus amigos diletos. Aceite sugestões de bons advogados. Receba ou convide quem não comunga hoje com o seu governo. Seja prudente e expurgue o que de mal está à sua volta.

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