Números da economia seguem estáveis

Índices ainda não demonstram impactos da crise política nacional

Jorge Guimarães

Mesmo com a crise política instalada no país, e agravada a partir da semana passada, os números da economia ainda não sentiram os desdobramentos vindos de Brasília. Posição que pode ser alterada com as próximas pesquisas realizadas pelos institutos oficiais. Ontem à tarde, as notícias já davam conta que o dólar virou e passou a subir relação ao real, com os investidores ainda de olho no rumo das reformas econômicas no Congresso em meio à crise política envolvendo o governo de Michel Temer (PMDB).  

E nessa balança econômica, todo cuidado é pouco em se tratando de ganhar ou perder dinheiro. Assim, empresários abordam investimentos e ficam de stand by a espera de boas notícias.

E em meio à turbulenta crise, pelo menos a prévia da inflação oficial, medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA-15), apesar de ter aumentado de abril para maio, passando de 0,21% para 0,24%, segundo divulgou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira, ela foi à menor taxa para um mês de abril desde 2000, quando ficou em 0,27%. Em maio do ano passado, a taxa ficou em 0,86%

Números

A alta do indicador ante - abril foi puxada, segundo o IBGE, pelos preços dos remédios, que subiram 2,08%. O aumento do produto foi decorrente do reajuste anual aplicado a partir de 31 de março variando entre 1,36% e 4,76%.

Segundo o IBGE, no acumulado do ano a taxa ficou em 1,46%, bem abaixo dos 4,21% registrados no mesmo período do ano passado. Já no acumulado de 12 meses, o índice caiu para 3,77%, abaixo dos 4,41% registrados nos 12 meses imediatamente anteriores. O IBGE destacou que foi a menor variação acumulada em períodos de 12 meses desde julho de 2007, quando ficou em 3,71%.

Altas

Além dos remédios, o grupo de alimentos também teve alta de 0,42%. Segundo o IBGE, produtos como batata-inglesa (16,08%), tomate (12,09%) e cebola (9,15%) ficaram mais caros em relação ao mês anterior. Tiveram queda os preços de produtos como óleo de soja (-5.81%), açúcar cristal (-3,03%), frutas (-2,73%) e feijão-carioca (-2,52%).

Hortifruti

As pesquisas elaboradas pela FGV registram os mesmos números de matérias, vinculadas anteriormente, dando conta que os preços de frutas e hortaliças vem baixando desde o começo do ano. E assim, o grupo se torna um dos grandes responsáveis pelo controle da inflação nestes primeiros meses.

— E com muitas frutas com preços baixos, minha farmácia virou as bancas de supermercados e sacolões. Pois lá em casa, todos estão tomando muito suco de laranja e, principalmente, de limão. Assim, se previne muitos resfriados, comuns nesta época do ano — fala a aposentada Carmem Lúcia Alves.

Interferência

Mas para os analistas, os consumidores podem ficar aparentemente tranqüilos, pois a crise política, pode não chegar atingir a inflação, a não ser uma pequena variação cambial do dólar.

— Em minha opinião, a crise política não influencia negativamente no controle da inflação. Pelo contrário, pois devido às incertezas na atual conjuntura, a tendência é o consumo se retrair mais ainda, e com baixo consumo não há venda, forçando assim a redução dos preços — avalia o economista Leandro Maia.

 

 

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