Não dá para fugir

Preto no Branco

Qualquer assunto que se fale no momento, com certeza, será sobreposto pelo coronavírus. E não é somente no Brasil, ao contrário, domina as coberturas jornalísticas, debates políticos e qualquer roda de conversa mundo afora. Várias medidas para a contenção do vírus foram tomadas por autoridades. Muitas, extremas, como a suspensão das aulas. E as decisões seguem a todo vapor. Ontem, por exemplo, A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) recomendou a suspensão de encontros, assembleias, seminários e eventos em que haja aglomeração de pessoas. As atividades previstas para os próximos dias devem ser remarcadas. Como já havia decidido governos, federações de futebol e prefeitos. E, certamente, não deve parar por aí.

Estão dispensados

Ainda dentro da recomendação, afirmou que os idosos e pessoas doentes não precisam ir às missas, ressaltando que poderão permanecer "em comunhão e unidos à comunidade de fé" acompanhando as celebrações transmitidas pelos meios de comunicação católicos. Está dispensada também por 15 dias catequese. Além disso, pediu maior atenção com os cuidados de limpeza nos ambientes eclesiais, com a disponibilização de álcool em gel para os fiéis, e sugeriu cuidado com informações falsas relativas à pandemia do coronavírus. Recomendações que, com certeza, se seguidas, podem evitar que mais pessoas sejam contaminadas. Uma pena que muitos teimam em seguir sua rotina normal, se prejudicando e a outros também.

Necessidade do isolamento

Para especialistas, a resistência de muitos em se isolarem por não apresentar nenhum sintoma é um dos motivos do agravamento da situação. Por causa disso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) pediu ontem que os países com casos do novo coronavírus isolem os infectados para prevenir o avanço da pandemia. A OMS lembrou ainda que, mesmo que a pessoa não esteja se sentindo mal, pode infectar alguém por até 14 dias. Por isso, é preciso respeitar o período de duas semanas após o fim dos sintomas. Visitas não são permitidas. Pelo menos nesta hora, poderia se pensar no próximo.

Atividades suspensas

Divinópolis, cidade que teve o primeiro caso da doença confirmado em Minas Gerais, vive a mesma realidade ou até de forma mais rigorosa do que outros municípios. E isso fez a cidade amanhecer, ontem, com diversas atividades suspensas. O avanço do novo coronavírus fez com que aulas fossem suspensas na rede pública e particular, causou mudanças na Prefeitura e na Câmara, adiamento de eventos previstos, paralisação de palestras e reuniões em entidades representativas, entre outros. A continuar neste ritmo, a cidade ganhará ares de feriado. Estranho, mas necessário.  

Sem providências

Apesar de alguns setores terem se apressado nas medidas preventivas temendo a proliferação do vírus, em outros, como no transporte público, ainda não existem orientações dos órgãos públicos. Nos espaços públicos e eventos culturais, apenas há a recomendação para suspensão de atividades com previsão de público superior a 100 pessoas.

Mais para quem tem mais

Enquanto tudo era preparado para paralisar as atividades no Estado, a sanção do Governo de Minas ao reajuste salarial a servidores do Tribunal de Justiça, do Ministério Público estadual, da Assembleia Legislativa e Tribunal de Contas do Estado era publicada no Diário Oficial do Estado. A confirmação gerou reclamação na Segurança Pública, que não teve toda a sua reivindicação atendida, e o restante dos servidores, que teve a emenda vetada. E não estão errados. Essa mania que os governos têm de favorecer A ou B é ridículo. E pior: os contemplados são sempre os que recebem gordos salários e recebem mais um bocado de penduricalhos. Mas “manda quem pode,obedece quem tem juízo”. Fazer o quê?

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