Morro de amores pelo meu país?

Antônio Oliveira

 

Conde Afonso Celso, publicou, em 1900, o livro Por que Me Ufano do meu País. Popularizou-se o termo ufanismo, atitude, posição ou sentimento dos que, influenciados pelo potencial das riquezas brasileiras, pelas belezas naturais do país, além de outros motivos, dele se vangloriam desmedidamente. Falar nesse ufanismo, hoje em dia, parece totalmente fora de moda.

Etimologicamente, nação (nacionalidade) designa o lugar de nascimento. País ou pátria, “terra patrum”, é o território dos pais, dos antepassados, terra-mãe: “Patriae nomen dulce est” (Cícero): o nome da pátria é doce. “Dulce et decorum est pro patria mori” (Horácio): é doce e honroso morrer pela pátria. Definir o que seja nação é um desafio. “Definitio periculosa”, difícil, desafiante. Trata-se de um conceito complexo, que envolve um feixe de variáveis.

Mas, sem dúvida, existe um nexo, um liame entre a pessoa humana e sua região. Independentemente de determinismo geográfico, vale indagar: “Não fazem estes céus, águas e serra, uma parte de mim e eu parte deles?” É o que expressa Gonçalves Dias, em Canção do Exílio: “As aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá”. Também o expressam o Hino Nacional e a Canção do Expedicionário.

Patriotismo não há mais. Prevalece a dicotomia institucionalizada: esquerda e direita, esquerda ou direita, mas, no fundo, o que se pretende às escâncaras é o “pudê”. Adeptos do mote daquele cara da escolinha do professor Raimundo: Eles querem é “pudê”. Urge desprendimento, despojamento, patriotismo enfim. Não faz sentido, além de outras benesses, uma aposentadoria régia. Esse é o grande nó da reforma da Previdência. Só os privilegiados não percebem.

Tolerância mútua é atitude essencial para a convivência pacífica entre grupos ideologicamente diversos, tanto do ponto de vista político, religioso, filosófico, esportivo, como de gosto. Finalmente, patriotismo é pôr em prática o mandamento constitucional: Todos são iguais perante a Lei.

[email protected]

 

 

Comentários