Monumento às sacoleiras

Augusto Fidelis

 

O Sindicato da Indústria do Vestuário de Divinópolis (Sinvesd), em parceria com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) e o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), inaugura hoje a 7ª edição do “Minas Veste Brasil 2017”, com abertura marcada para as 16h, no espaço cultural Da Vinci. A população é convidada, com entrada franca nesta data, para que os divinopolitanos conheçam, no conjunto, o que é produzido na cidade no que tange à moda.

No entanto, minha atenção se volta a outro assunto, porém correlato: as sacoleiras, que por um longo período foram responsáveis pelo incentivo e pela divulgação da moda concebida em Divinópolis. Até a algum tempo eram comum ônibus vindo de todos os lados para as compras. No curto período em que fui responsável pela área do turismo na prefeitura, sonhei com um centro de apoio as essas pessoas, dentre outras medidas para divulgar a cidade. Em vão.

Divinópolis é uma cidade sem compromisso com o seu passado e, quiçá, com o futuro.  Apenas dois cidadãos até o momento mereceram estátuas em praça pública: Dr. Sebastião Gomes Guimarães, fruto da dedicação de abnegados amigos, e Dom Cristiano, por iniciativa da Diocese. Tancredo Neves foi merecedor de um busto no quarteirão fechado da rua São Paulo. Porém, com a reforma do local, o monumento foi acolhido pela Câmara e lá continua. Até quando, não se sabe.

Nas comemorações do centenário de nascimento de Halim Souki, seu busto foi colocado na praça Candidés, mas durou pouco: meliantes roubaram a peça e a derreteram em algum lugar. Jovelino Rabelo, um dos empreendedores mais importantes do município, tinha um busto nos jardins da Gerdau. Por iniciativa da empresa, este foi colocado nas proximidades da praça Dom Cristiano. Reformado o quarteirão fechado da rua São Paulo, o busto foi instalado ali, bem em frente à casa do povo.

Por incrível que possa parecer, meliantes colocaram fogo no monumento. Apesar do estado lastimável do local, não se ouve protesto de ninguém e muito menos o desejo de consertar a homenagem. Antônio Olímpio de Morais deveria ser o primeiro a ter uma estátua em local de destaque, mas nunca se falou nisso.

No meu entendimento, as sacoleiras também merecem um monumento. Seria uma homenagem àquelas que primeiro reconheceram o potencial da cidade na área da confecção e contribuíram decisivamente na divulgação desses produtos. Divinópolis precisa de mais estátuas, de cidadãos e cidadãs que amaram essa cidade e trabalharam incansavelmente por ela. Nossas crianças e jovens precisam de bons exemplos, para que a nossa cidade seja cada vez melhor.

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