Montanha da estabilidade

Um dos grandes clássicos da humanidade, podemos encontrar na obra do “Dhammapada”, que com toda a sua simplicidade e doçura, representaria um verdadeiro guia filosófico para  aquele que busque a verdade.

Hoje minhas reflexões serão em torno de fragmentos do tema: “o sábio”.

“Aqueles que fazem canais controlam as águas; os arqueiros controlam as fechas; os carpinteiros controlam sua madeira; os sábios controlam suas próprias mentes.”

Sabemos da capacidade do homem em desenvolver ciências que transformam e organizam a matéria, bem como sua capacidade artística que lhe permite dar vida e beleza a todas as coisas.  Porém, superior a tudo isto, é o homem que dominar a si mesmo, fato este que tem sido ensinado por todos os mestres de doutrina.

O texto menciona o arqueiro que controla suas fechas, onde podemos imaginar a dificuldade deste feito, porém é possível considerarmos uma dificuldade ainda muito maior, que é a de controlarmos nossa própria mente. Através deste domínio poderemos encontrar harmonia que nos permitirá aproximar-nos de nossa verdadeira essência humana.

“Assim como uma montanha não é sacudida pelo vento, o sábio não é agitado por elogio ou censura”.

Aqui entramos a relação destes ensinamentos com a própria natureza e seus símbolos. Quando por exemplo imagino uma montanha, chegam-me sentimentos como: estabilidade, força, durabilidade e paciência.

Seguindo o mesmo exercício imaginário, também gosto de relacionar a vida como se fosse um grande rio: “o rio da vida”; Onde o homem fosse apenas um pequeno barquinho que seria levado, sem opor resistência; Os orientais chamariam isto de Dharma, que significa lei’. Entretanto, nas margens deste mesmo rio, encontraríamos pedras, que à medida que fossemos confrontando com elas, sentiríamos dor; Aqui os orientais chamariam de karma.

Da mesma forma, a nossa vida pode ser comparada com esta passagem. Devemos segui-la de maneira reta, e diante dos elogios e/ou críticas, devemos continuar com o nosso caminho, com a esperança de uma criança.

Podemos controlar a nós mesmos buscando nossa verdadeira identidade humana, para apresentarmos frente à vida com a fortaleza de uma Montanha, mais além das críticas e elogios que podemos receber.

Professor e Filósofo à maneira clássica
Elismar José Alves
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