Militares reagem a declaração de Zema

Da Redação

A declaração do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), causou a reação da Associação dos Praças Policiais e Bombeiros Militares de Minas Gerais (Aspra). Na quarta-feira, 2, Zema disse que não pagará o 13° salários dos servidores estaduais “tão cedo”. Estimado em R$ 2,1 bilhões, o abono salarial não foi pago a nenhum servidor do Governo do Estado. Em entrevista ao Bom Dia Minas, o governador eleito, disse que a situação financeira do Estado é extremamente delicada.

— É um Estado que está falido, e, com certeza esse 13º não será pago tão cedo. Não que nós não gostaríamos de pagá-lo, mas por impossibilidade — alegou.

Zema lamentou a situação e afirmou que irá priorizar situações mais graves, como o não pagamento de salário para professores da rede municipal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, onde estão os municípios mais pobres e dependentes dos recursos do Executivo Estadual.

— Lamento muito, mas com certeza vamos encontrar só aranha, escorpião e cascavel com muito veneno. Mas com o tempo e muito trabalho nós vamos regularizar isso — garantiu.

Revolta

Mal assumiu o Estado e Zema já enfrenta a resistência dos sindicatos. Em nota, a Aspra disse que o caos financeiro de Minas não foi causado pelos servidores, portanto, eles não devem ser responsabilizados. “Especialmente os militares, que arriscam suas vidas diariamente para defender a sociedade”. O presidente da Associação, Sargento Bahia afirmou ainda que a categoria será intransigente na defesa dos militares.

— Inclusive por meio de processos judiciais, como fizemos com o Governo Pimentel (PT) — avisa.

Parlamentares, e entidades representativas da classe se reúnem hoje na sede da Aspra, para definir estratégias de reação ao não pagamento do 13º salário. Além do pagamento do benefício, a classe reivindica ainda o pagamento dos salários no 5º dia útil e a reposição das perdas inflacionárias.

— O nosso objetivo é cobrar um posicionamento da nova equipe que irá gerir o estado de Minas Gerais nos próximos quatro anos — ressalta.

Salários

Quanto ao salário dos servidores, Zema disse que depende da negociação da dívida que o Estado tem com o Governo Federal, que gira em torno de R$ 100 bilhões. Ainda segundo o governador, apesar de as expectativas serem boas, vai levar tempo, para que os salários voltem a ser pagos no 5º dia útil.

— A nossa equipe econômica vai se empenhar para reduzir as escalas até que tudo possa ser pago no 5º dia útil, conforme determina a legislação — afirmou.

Campanha

Durante a campanha eleitoral, Zema chegou a registrar em cartório um documento dizendo que ele, o vice Paulo Brant (Novo) e todo o seu secretariado ficariam sem salário até que todos os servidores estivessem com o vencimento em dia. No entanto, segundo ele, foram informados que por lei todos serão obrigados a receber o salário. O governador informou que doará seu salário para instituições de caridade.

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