Menores

Na edição 12.252 deste diário foi publicada uma reportagem cujo início é de estremecer as bases de qualquer nação séria: falta de vagas no Centro Socioeducativo de Divinópolis, vulgo Florinha, onde menores infratores cumprem pena. Que país é esse que reclama vagas para menores em presídios e não em escolas e vagas de primeiro emprego? Infelizmente, há a cobrança de vagas nos presídios e de educação, não escolarização, nas escolas, ignorando que o menor passa somente 1/6 do dia e de segunda a sexta-feira na escola. E mais: cobra educação, mas qualquer atitude mais enérgica do professor lá se vai sua segurança, pois não são raras as vezes em que pais irados agridem professores por terem cobrado até mesmo um simples dever de seus filhos. E assim, torna-se absurdamente natural cobrar do Estado uma vaga em presídio para menores. Que futuro teremos?

Menor aprendiz

O que não nos faz perder a esperança de vez é saber que em Divinópolis a lista de menores buscando seu primeiro emprego no mercado formal é 20 vezes maior que a de menores infratores.  O que precisamos reclamar é por mais frentes de trabalho formal e vagas em escolas. Nos termos da Lei 10.097/2000, a Lei do Menor Aprendiz, a carga horária é de 30 horas semanais. O jovem estará, no mínimo, 10 horas diárias ocupado em estudar e trabalhar. É a cobrança certa e, assim, não será mais preciso gritar por vagas em presídios para menores. Toda empresa de médio e grande porte é obrigada a aderir ao programa. É benefício para a empresa, para a sociedade, para a família, para o menor. Resumindo: todos saem ganhando!

Cemig

A partir da próxima segunda-feira, 28, teremos um aumento considerável na conta de luz: 18,63% para residências e de baixa tensão tais como o comércio, propriedades rurais, prédios públicos e iluminação pública; e 35,56% para a indústria. Não se trata de aumento para investir no setor de forma a melhor a qualidade do serviço, mas tão-somente para garantir cargos comissionados e pagar o recém-concedido aumento nos jetons do conselho de administração. A Cemig, outrora menina dos olhos dos mineiros, considerada uma das melhores companhias enérgicas do mundo, tornou-se um mero cabide de empregos. Quando foi invadida pelo Movimento dos Sem Terra, teve total apoio do Governo Estadual, que chegou, inclusive, a fornecer-lhes víveres quando o correto seria exigir a retirada, ainda que necessárias medidas judiciais e força policial.

Trancid

Há alguns meses, o promotor da Infância e Juventude, Casé Fortes, compartilhou, no grupo de WhatsApp “Todos contra a Pedofilia”, um texto com sugestões sobre como educar seu filho para o mundo moderno e uma das sugestões era “ensine seu filho a andar de ônibus”. Pois bem, diante disso, tomei a decisão de que minha filha adolescente deveria aprender a andar de ônibus. Como no exercício da paternagem e da maternagem não é o que dizemos e sim o que fazemos, após 12 anos voltei a usar serviço de transporte coletivo.  Não posso deixar de parabenizar a empresa Trancid. Após 12 anos, é possível ver o amadurecimento da empresa através do serviço atualmente prestado. Trocadores, trocadoras e motoristas afáveis e não poderia deixar de mencionar as mulheres motoristas. Tive a oportunidade de conversar com uma delas, Amanda Cardoso da Silva, que exerce seu ofício com um sorriso no rosto e, ao mesmo tempo, é séria, focada, profissional. Discordo que motoristas atuem sozinhos, principalmente em tempos de alta criminalidade e trânsito caótico como é o de Divinópolis, mas no geral é preciso reconhecer que a empresa, além de geradora de empregos diretos e indiretos, realmente busca atender às exigências do mercado quanto à prestação de serviço de qualidade.

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