Megafone

A primeira coluna de Laiz Soares no Jornal Agora

Laiz Soares

Eu tenho 29 anos, muito em breve 30, e fui a mulher mais votada na história política de Divinópolis. Recebi 21.514 votos de confiança, de esperança e de encorajamento. Por causa dessas duas dezenas de milhares de pessoas que eu estou aqui, na minha cidade onde nasci e cresci, inaugurando minha coluna neste jornal que há tantos anos informa você e a mim. Talvez você seja uma delas (das milhares de pessoas que votaram em mim), e eu te agradeço muito por isso, você não sabe o quanto o seu voto foi importante para mim e para milhares de jovens, mulheres, crianças, adultos e idosos que sonharam e viram no nosso projeto um sopro de esperança. 

Em nenhum lugar onde trabalhei, universidades que estudei, nem em cursos que eu fiz (e olha que foram muitos), eu tive um aprendizado tão forte e claro sobre exercer liderança, influenciar pessoas e arrastar uma multidão atrás de uma ideia como foi em 2020, nessa campanha. Viver tudo isso foi um sonho, e que não teve ainda o final feliz desejado simplesmente porque seu fim ainda não chegou, pelo contrário, só começou. 

Além de mulher mais votada, eu sou algumas outras coisas: filha de um família comum e nada tradicional na cidade, irmã mais velha da Nauhany (engenheira expatriada em SP), neta da Dinalva, prima da arquiteta Ludmila, da Aline da NaMatula e da Fernanda fonoaudióloga (que os outros não fiquem com ciúmes), e é por essas pessoas que também estou aqui. 

Depois de rodar o Brasil e o mundo, a gente descobre que nada é como nossa casa. Divinópolis é minha casa, minha raiz, minha fonte de forças, sempre foi. Era aqui que eu me recarregava enquanto conquistava o mundo. Foi daqui que eu bebi a fonte de conhecimento e sabedoria que me preparou para a vida e que veio da minha família. Para mim, isso é sagrado. 

A minha formação e carreira me fizeram precisar ficar longe de casa para crescer e me desenvolver. Estudei relações internacionais na PUC em BH. Morei e estudei na França, um sonho de infância realizado. Trabalhei e morei também em Recife, São Paulo e Brasília. Não vejo como um demérito, defeito ou vergonha ter morado alguns bons anos fora, pelo contrário, tenho muito orgulho da trajetória que construí! 

Só eu sei o quanto foi difícil sair do zero, de um lugar de completo anonimato e desconhecimento, e chegar a ocupar cargos de liderança em empresas e instituições das mais relevantes do país. FedEx, Fundação Brava e Congresso Nacional são alguns lugares pelos quais já passei e que me transformaram e fizeram, junto com tantos outros lugares e pessoas, quem hoje eu sou. Somos o que aprendemos com as experiências que tivemos e com as pessoas com quem convivemos. Só quem é muito limitado e provinciano pode considerar como ruim algo que é bom: a diversidade de experiências que morar e trabalhar em diversos lugares nos dá, pois isso gera conhecimento e repertório para capacidade de inovação, algo em falta na nossa política. 

Quero dividir com vocês muito do que a vida me ensinou, ao longo dos poucos, mas intensos anos de vida que tive, sobre ser mulher, ser líder, ser gestora, fazer política, promover a mudança e acreditar. Acreditar em Deus, em mim, na humanidade, no país, em Divinópolis e na capacidade e na força de cada um de nós. 

Sempre gostei de falar, e alto, e muito! Falar o que penso, então, nem se fala! Essa sou eu, é por isso que estou aqui e por isso que escreverei aqui, nesta coluna que batizamos com o nome de algo tão emblemático para mim: o megafone. O megafone é fantástico porque amplifica a nossa voz, e nós, mulheres, precisamos tanto, mais do que nunca, sermos ouvidas. Sem que a gente tenha que gritar, a gente precisa falar, e precisa que alguém pare para escutar. É por isso que não desliguei o megafone e nem vou desligar, porque eu não vou parar!

Laiz Soares é formada em relações internacionais pela PUC Minas e pela Essca na França, atuou liderando equipes e projetos no setor privado, em ONGs e no Congresso Nacional.

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