MEDO

Olá! ‘Medo’ é uma palavra muito comum em nossos dias. Vivemos a geração do medo. A sensação de insegurança, os riscos eminentes, o perigo que nos rodeia como leões famintos, a incapacidade em definir quem poderá ser o agente que nos causará mal, o terrorismo, a injustiça etc. A lista pode ser grande. O fato é que, sob tais circunstâncias, a ansiedade causada pelo medo torna-nos ‘a sociedade da fobia e do pânico’. Dentro dessa realidade, palavras e promessas não são suficientes. É necessário algo mais.

Diante da realidade do medo, muitas vezes crônico, não é incomum encontrarmos pessoas envergonhadas por carregar tal sentimento. Até mesmo na Bíblia, heróis da fé sentiram medo e também ficaram envergonhados. Não queremos ser classificados como covardes. Isso ocorreu com o mais importante profeta de Israel. Elias era seu nome. Homem de valor, enfrentou reis e desafiou falsos profetas, vencendo-os com autoridade. Mas, em certo momento, ameaçado por uma rainha cruel, sentiu medo. A vergonha em carregar o medo depois de tantas conquistas incríveis, o conduziu à fuga. E, depois de se distanciar do território hostil, expressou sua vergonha como ser humano, com as palavras: “não sou melhor do que meus pais” (1 Reis 19.4). É difícil reconhecer que não somos mais valentes que nossos antepassados. Que ainda somos tão humanos diante das dificuldades. Ainda sentimos medo!

Não fique envergonhado também! Humanos reagem às ameaças e riscos como humanos e sentem medo. Isso é natural. Não existem exceções.

Até mesmo o Senhor Jesus Cristo sentiu o medo comum aos homens! Ainda que aguardasse toda sorte de maldade que viria sobre si, por motivação da inveja e do ódio religioso. Jesus sentiu medo porque era homem. Segundo a Bíblia, do seu nascimento até a morte de cruz, Jesus viveu entre nós como qualquer ser humano (Filipenses 2.7).

Quando se aproximava a hora de seu martírio, Jesus foi, minuto a minuto, sendo envolvido pela ansiedade e o medo. Nos momentos finais da cruel tortura, Jesus buscou lugar para a oração mais humana que jamais havia feito. Disse ao Pai: “Se possível, passa de mim este cálice” (Lucas 22.42). Mas aquilo lhe fora negado. Era necessário que passasse por aquele extremo sacrifício (às vezes é necessário que passemos por situações que não desejamos...).

 Dominado por toda a força da angústia, e prensado pelo castigo que lhe sobreviria, o corpo de Jesus foi levado ao limite, sofrendo de hematidrose (suou sangue). Você pode imaginar a intensidade da ânsia e do medo que dominaram Jesus naquele momento?!

Como disse no início desse pequeno texto, há momentos de angústia e medo em que precisamos de algo mais que palavras para suportar. É exatamente esta uma das razões que levaram Deus Pai a não impedir que Jesus passasse por aquela situação. Deus desejou dizer que entende o medo, a ansiedade, o pânico, a angústia e depressão humana. E não podia fazer isso apenas com palavras. Elas não seriam suficientes. Era preciso experimentar. E, assim o fez!

Hoje, quando falamos de nossos medos, Ele entende. Quando abrimos o coração e expomos nossa angústia e ansiedade, Ele entende. Quando chegamos ao limite, Ele entende. Porque assim como nós, experimentou tudo (Hebreus 4.15). Ele não nos entende por meio de análise científica, nem por conclusões por meio da observação comportamental, nem apenas por sua onisciência.  Ele viveu o medo!

Este mesmo que experimentou o medo em seu grau mais intenso concluiu duas verdades sobre o medo. Primeira verdade: sentir medo é humano e, em algumas situações, inevitável. Mas, podemos ter a certeza de que podemos ser ajudados por Deus, para atravessar esse tempo. Não se desespere! Não se precipite! Não desista de você mesmo! Existe alguém que pode ajudá-lo.

Segunda verdade: não são as coisas temporais que você deve temer mais. Não são as enfermidades incuráveis. Não são as ameaças iminentes. Não são as crises amedrontadoras. Há algo realmente importante a se temer – a morte eterna. Nada é mais definitivo. Nenhum sofrimento é mais duradouro. Guarde o que o Senhor nos revelou: “E não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei antes aquele que pode fazer perecer no inferno a alma e o corpo” (Mateus 10.28).

 

Israel Leocádio da Silva

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