Médicos da UPA devem adotar  operação “tartaruga” amanhã

Maria Tereza Oliveira

Na véspera da possível operação “tartaruga”, na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) a Prefeitura ainda quebra a cabeça para tentar solucionar a situação e impedir o protesto.

De acordo com a Administração a dívida com os médicos chega a mais R$ 1 milhão, o que corresponde a dois meses de salários atrasados. Isso de dois meses, mas outro já está por vencer. Entretanto, o Executivo diz que a responsabilidade dos salários atrasados é da Santa Casa de Formiga, que faz a gestão da UPA.

A saúde do município vem sofrendo sistematicamente com problemas financeiros. Desde os atrasos nos repasses dos recursos estaduais até a conturbada gestão da UPA. No fim das contas, quem paga o papo é a população divinopolitana.

Devagar, quase parando

A Prefeitura revelou à reportagem que a situação da UPA vem se arrastando há anos.

— Para se manter em funcionamento a unidade de saúde gasta R$ 1,5 milhão ao mês. R$ 125 mil é responsabilidade do Estado, que não repassa os recursos há pelo menos dois anos, resultando numa dívida de R$ 3 milhões — denuncia.

O Executivo explica que assumiu a parte estadual para manter a instituição em funcionamento, todavia, nos últimos meses manter os gastos está cada vez mais difícil.

A situação dos médicos pagos pela Santa Casa de Formiga vem para piorar a situação. Como resultado de dois meses com salários atrasados, os profissionais prometem aderir à operação “tartaruga” como forma de protestos.

Afogada em atendimentos, a UPA quase sempre está lotada. Por outro lado, os recursos para mantê-la em funcionamento chegam devagar, quase parando.

Operação “Tartaruga”

A operação “Tartaruga adotada pela Saúde difere da usada pela Educação. Enquanto na educação o período de funcionamento das escolas é reduzido pela metade, na saúde, os atendimentos são realizados de maneira seletiva, priorizando os casos de urgência e emergência.

Os médicos atenderão apenas os pacientes classificados nas cores: amarelo, laranja e vermelho seguindo o Protocolo de Manchester. Os pacientes classificados nas cores azul e verde serão orientados a procurar uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Além dos salários de setembro e outubro, no dia 1º, outra folha de pagamento será fechada, assim os de novembro também estarão em atraso.

— A gente imagina que essa operação possa gerar um aumento na demanda nas UBS’s. Entretanto, é importante salientar que não haverá desassistência — explica o Município.

Jogo de empurra?

A Prefeitura informou à reportagem que tem buscado uma maneira de solucionar o problema e garantir o mais rápido possível o pagamento dos salários, porém não tem como garantir que o fará antes de amanhã.

De acordo com uma fonte ligada à Saúde no Município, hoje o corpo clínico se posicionará oficialmente sobre a situação.

— Os médicos contratados só recebem seus vencimentos com repasses da Prefeitura e até agora são dois meses sem recebê-los e efetuar estes compromissos. Já notifiquei por ofício reiteradas vezes, pedindo posições e até agora estamos aguardando — revela.

Cheia de interrogações e sem saber de quem realmente é a responsabilidade de pagar o salário destes médicos, no fim das contas, quem paga o prejuízo é a população.

 

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