MAIS QUE PALAVRAS - ‘PEDRAS’

Olá! As pedras são, por natureza, a figura mais adequada para solidez. Por essa razão, as pedras (ou rochas) são sempre utilizadas nas passagens bíblicas, como na ocasião em que o salmista percebeu que seus passos já não eram firmes e seguros; que não eram confiáveis, pois eram instáveis. Sabendo o salmista que a estabilidade está no Senhor, então afirmou: “Tirou-me dum lago horrível, dum charco de lodo, pôs os meus pés sobre uma rocha (Salmo 40.2). Ou, então, quando Jesus apresenta-se como uma base firme e segura para seus seguidores; um alicerce, onde a edificação está segura, Jesus usa as palavras: “...sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela” (Mateus 16.18).

As pedras sempre carregaram um significado importante no contexto bíblico. Um coração duro, difícil de abrir-se aos sentimentos de amor e misericórdia, recebiam a figura de ‘coração de pedra’. Para ser mais preciso, isso tem a ver com a cultura egípcia, onde os Faraós, após sua morte, tinham seu coração retirado do corpo e em seu lugar era colocado um escaravelho de pedra. O objetivo era enganar ao deus da morte, Anúbis, que, ao ver o coração de pedra não seria capaz de analisar seus sentimentos e fraquezas humanas. Deus demonstra ao povo seu saber pleno das coisas (sua onisciência), advertindo: “...tirarei da vossa carne o coração de pedra, e vos darei um coração de carne” (Ezequiel 36.26).

Na cultura judaica, as pedras ainda carregam outras figuras, como: símbolos do juízo sobre o pecador (quando condenado, os judeus apedrejavam o réu); são símbolos de memória eterna (os judeus costumam colocar pedras sobre os sepulcros em lugar de flores); como lugar de sacrifício e perdão (era sobre o propiciatório, uma mesa de pedra, que o sacrifício era realizado, para perdão de pecados); dentre outras.

Uma palavra de Jesus, ao entrar em Jerusalém, na semana de sua morte, é importante a meu ver. Montado em um jumentinho, cercado por uma multidão de pessoas que clamavam seu nome como o Messias esperado, alguns homens que não aceitavam aquela cena profetizada, incomodados, diziam: “Diga a este povo que se cale!” (Lucas 19.39). Pelo que Jesus respondeu: Digo-vos que, se estes se calarem, as próprias pedras clamarão” (Lucas 19.40). Não te parece intrigante? Afinal, pedras não falam! Ou falam?

Se ofertarmos um olhar racional às pedras, diremos: ‘Não falam! São sólidos elementos inanimados!’ Contudo, se ofertarmos um olhar arqueológico às pedras, poderemos mudar de ideia. Porque na Arqueologia, as pedras falam.

Em viagens a Israel, vendo sítios arqueológicos, na companhia de um guia especializado, aprendi como as pedras trazem informações preciosas, que comprovam fatos bíblicos e históricos. O mundo antigo registrava suas histórias em grandes pilastras, obeliscos, pirâmides, templos, calçadas, tábuas de pedra ou grandes blocos de pedra (como o código de Hamurabi), entre outros. As pedras falam! Em especial, aquelas pedras a que Jesus fazia referência (as pedras do muro, que deixavam uma abertura – uma porta ou portal, chamada de ‘Porta Dourada’), falam hoje! Explico melhor!

Jesus entrava pela Porta Dourada quando disse: ‘estas pedras clamarão’. Aquela porta carrega um fator profético. Uma profecia dizia que o Salvador (Messias) passaria por ela. Quando o Islã conquistou a cidade de Jerusalém (isso ocorreu várias vezes ao longo da história), iniciou-se uma forte empreitada para reedificar os muros e refazer as portas da cidade (Refiro-me ao ano de 1541 d.C.). Quando, o então líder naquela empreitada, o Sultão Suleiman, informado da profecia dos judeus e sua esperança, mandou fechar aquela porta com grandes pedras (que permanecem fechando a porta Oriental, ou Porta Dourada, até nossos dias). Em lugar de uma porta, vê-se um muro de grandes pedras. Suleiman também mandou criar um cemitério ali. Cemitério este que também é de pedras (pois sabia da cultura judaica de que o Messias não poderia pisar sobre mortos). Mas, onde as pedras falam? E, o que falam? Aquela atitude de Suleiman fez com que se cumprisse uma profecia, que confirma e glorifica a Jesus como Messias. A profecia diz que, após a entrada do Messias, aquela porta seria fechada, e ninguém mais entraria por aquela porta. Leia a profecia: “Então me fez voltar para o caminho da porta exterior do santuário, que olha para o oriente, a qual estava fechada. E disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, o Deus de Israel entrou por ela; por isso permanecerá fechada” (Ezequiel 44.1,2). Logo, meu amigo leitor, as pedras clamam o mesmo que os homens naquele dia clamaram: Jesus, o nosso Senhor, seja bem vindo ao entrar por esta porta!

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