Já circula

Preto no Branco

Uma notícia divulgada no fim de semana pela Secretaria de Saúde de Uberlândia, no Triângulo Mineiro, deixa os moradores de Divinópolis e pelo menos mais duas cidades do Centro-Oeste preocupados. A cidade, uma das maiores de Minas Gerais, confirmou que a variante brasileira do novo coronavírus já circula por lá. Afirma que o novo comportamento da doença e de mortes no município aponta a presença da nova cepa. Tanto que adotará, a partir de hoje, o toque de recolher e proibir a venda de bebidas alcoólicas. A preocupação por aqui é que pacientes daquela região foram transferidos para cá, Nova Serrana e Pará de Minas. Como o vírus não escolhe lugar e quem contaminar, o medo é compreensível. 

Vergonha na cara 

A situação em Divinópolis, ainda bem, é muito melhor do que diversos municípios mineiros, incluindo os do Triângulo Sul e Norte. Há até uma expectativa de se entrar na onda verde nesta semana. O pior é que o deveria servir para mais cuidado para que dias ainda melhores cheguem é usado para um relaxamento total por parte de muitos irresponsáveis. Neste fim de semana, por exemplo, diversos bares na região central da cidade e em bairros estavam lotados sem obedecer nenhuma regra de saúde para evitar a transmissão do vírus. E não venha colocar culpa em fiscais da Prefeitura e na Polícia Militar (PM), como visto em alguns grupos de WhatsApp. Faça-me o favor.  Nem que Vigilância e os militares ficassem por conta, não davam conta da demanda, tendo em vista a quantidade, um em cada esquina, praticamente. O que falta nesses “cachaceiros de plantão” é vergonha na cara e amor ao próximo e a ele mesmo. Enquanto tiver desse jeito, esse vírus vai circular, livre, leve e solto sem nenhuma ameaça de extermínio. 

Faz aniversário 

Vale lembrar, para quem não teme um leito de UTI nem a morte, que a entrada do vírus no Brasil e os primeiros casos registrados estão prestes a fazer aniversário. Isso mesmo. Março de 2020 ficará marcado na história e na mente de muita gente, quando foi confirmado o primeiro caso no Brasil. Foi quando começou mesmo a pandemia e demais palavras associadas que demorariam a sair da boca da população, como isolamento social, uso de máscara, contaminação, mortes... Pronto. Estava instalada uma das maiores crises de saúde pública no mundo e, de lá para cá, não saiu mais dos noticiários e das estatísticas. A cada dia, a expectativa. Quais estados mais afetados? Quantos se contaminaram? Quantos morreram? Será que é isso que os que insistem em infringir as regras querem ver por mais um ano?  Lamentavelmente, parece que sim. 

Segundo pior 

Não é segredo que a negligência dos poderes responsáveis e a autossuficiência de parte da população fazem com que o Brasil seja um dos países mais atingidos no mundo. O total de mortos só é menor do que o dos Estados Unidos. Em diferentes partes do mundo, programas de vacinação já estão a todo vapor para combater o vírus e tentar garantir a volta à normalidade. Mas, parece que por aqui, como de costume, a coisa anda como lesma. Letargia criminosa que contribuiu para a perda de milhares de vidas e na economia também, comprovando mais uma vez o velho hábito de fazer tudo “a toque de caixa”, sem prever as graves consequências. O país do “contrário” parece nunca aprender a lição, independentemente de quem esteja no poder. Adoece e paga caro para tratar, sendo que prevenir é muito mais barato; espera morrer de acidente para arrumar a rodovia e por aí vai, numa clara demonstração de que “a vida que é do outro não importa” e “o dinheiro que sai do bolso do outro, não dói”. Pena que boa parte dos brasileiros ainda não conseguiu enxergar isso e, quando acontecer, pode ser tarde demais.

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