Hospitais e laboratórios cortam Ipsemg

 

 

Gisele Souto  

Os servidores que precisam do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg) vivem um drama em Divinópolis, assim como no restante do estado. Há cerca de três meses, quem necessita de atendimentos em hospitais e laboratórios tem encontrado muita dificuldade. Eles suspenderam o atendimento por falta de pagamento do instituto, que não vem recebendo o repasse do Governo de Minas. Alguns foram mais longe e descredenciaram o órgão. 

De acordo com alguns servidores, o Hospital São João de Deus, por exemplo, não está atendendo por causa de valores em aberto do Ipsemg com a unidade de saúde. Além de hospitais e laboratórios, outros prestadores de serviço também teriam deixado de atender. 

 Básico  

As denúncias dão conta ainda de que existem enormes filas para atendimento, falta de materiais básicos, medicamentos, falta de profissionais, cancelamentos de procedimentos, corredores do serviço médico de urgência, lotados. 

 Sem receber  

A assessoria de comunicação do São João de Deus assegurou que os atendimentos estão normais no hospital, porém a última vez em que recebeu do Ipsemg foi somente em outubro do ano passado. Disse ainda que, em nenhum momento, deixou de atender aos servidores, porém tem recebimentos em aberto referentes aos meses de setembro, uma parcela de outubro, novembro e dezembro de 2017, além de janeiro deste ano.  

Unidades  

Apenas Divinópolis e mais três cidades da região Centro-Oeste contam com agências. Eram oito. Mas foram reduzidas a postos no governo do PSDB. Assim, mesmo sendo uma área de grande abrangência, a maior parte das cidades não conta com atendimento, restaram quatro agências e quatro postos. 

 Apoio  

O Sindicato dos Agentes de Segurança Penitenciária de Minas Gerais (Sindasp), representado por seus diretores, realizou mobilização, junto a algumas entidades sindicais que compõem a Coordenação Intersindical, pela recuperação do órgão.  

Ações pontuais foram promovidas pelos sindicatos com o objetivo de pressionar a direção do instituto e o governo frente à precarização dos serviços.  

As entidades sindicais também denunciam que a falta de repasses aos prestadores de serviço é uma espécie de desvio de recursos da previdência para o caixa único do Tesouro. 

Os servidores exigem transparência na gestão e nas contas, retomada e melhoria dos atendimentos e das condições de trabalho dos servidores e pedem a saída do atual presidente do Instituto, Hugo Vocurca. 

 Manifestação  

Os servidores se manifestaram no fim do mês passado, em frente ao Hospital Governador Israel Pinheiro (HGIP). Com faixas de protesto e palavras de ordem, os funcionários quiseram chamar a atenção e mostrar sua indignação.  

Também no fim do último mês, a Comissão do Trabalho, da Previdência e da Assistência Social da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) realizou uma audiência pública para debater a situação.  

Os servidores e as lideranças sindicais levaram diversos questionamentos e exigiram respostas do presidente do instituto frente à situação. As entidades sindicais ressaltaram também a situação de todos os servidores públicos do Estado. Segundo eles, além de ter seus salários atrasados e parcelados, não podem contar com o plano de saúde nem mesmo com o Cartão Medicamento, que também foi cortado.   

Resposta  

 Em nota, a assessoria de comunicação do Ipsemg negou que os recursos vão para o caixa único e informou que, devido ao bloqueio da União, que atrasou o repasse de recursos ao Governo de Minas Gerais, conforme amplamente noticiado, o instituto já iniciou os pagamentos aos prestadores de serviços de saúde desde o primeiro dia útil de março, visando a quitar os débitos de novembro. 

Diz ainda que o Governo do Estado reafirma o compromisso de regularizar os atrasos, de acordo com o seguinte cronograma: até o final de março 2018, regularizar os débitos relativos a dezembro de 2017 e janeiro de 2018; e até o final de abril de 2018, restabelecer a normalidade dos pagamentos.  

Informa ainda que mantém o diálogo com as instituições em busca de proposta para a continuidade dos atendimentos. 

 

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