Gás e energia elétrica aumentam de novo

Preço do botijão na cidade pode chegar a R$ 97; reservatórios de água estão em baixa

Da Redação

A semana não começou com boas notícias para os consumidores brasileiros, em especial para os donos de restaurantes. Como se não bastassem as altas nos preços dos combustíveis, na última segunda-feira, 14, a Petrobras elevou o custo médio de venda do botijão de gás de cozinha em 5,9% para as distribuidoras. Este é o quinto aumento apenas neste ano o último foi em abril. Assim, o produto já apresenta elevação de 11% somente em 2021. A justificativa é que o acréscimo está baseado na política atual usada pela estatal, que está alinhada a dois fatores: o dólar e a cotação internacional do petróleo. 

Preços

Em Divinópolis, o preço médio do botijão de 13 quilos, em levantamento feito ontem, era de R$ 87 para retirada no local e R$ 97 direto do caminhão. 

— Por ter uma fidelidade há anos, consigo um preço mais baixo. Na semana passada, comprei o botijão direto do caminhão, por R$ 85, e ontem já estava a R$ 95. Mas, mesmo tendo fidelidade com meu fornecedor, faço minhas pesquisas de preços, pois o mercado de gás é de livre concorrência — avaliou o gerente de um restaurante, Paulo Santos. 

Outro empresário do ramo também tem suas artimanhas. 

— No caso do cardápio, a gente vai mudando, sem deixar a qualidade cair, mas no gás fica difícil. A gente segura até onde dá para não repassar os aumentos para o consumidor, mas vamos negociando sempre e mantendo a fidelização com nosso fornecedor para manter a nossa tradição — avalia Rolando Meneses.

Mercado

O aumento da Petrobras foi repassado às distribuidoras, que, por sua vez, têm seus cálculos de custos e ganhos, fazendo, assim, o mercado de gás livre na concorrência.

— Estamos segurando ainda nosso preço, pois a distribuidora ainda não repassou para nós a nova tabela, o que deve acontecer ainda nesta semana. Nossa estratégia é sempre esperar alguns dias para reajustar o preço — disse a atendente Vera Guimarães.

Energia Elétrica

E, para piorar ainda mais para o consumidor, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) anunciou nesta terça-feira, 15, que, em razão do baixo nível dos reservatórios para geração hidrelétrica no país, o reajuste do patamar mais alto, a bandeira vermelha 2, deve ultrapassar os 20% e encarecer as contas de luz já nas próximas semanas. 

Reservatórios

A Cemig esclarece que a região Sudeste é responsável por grande parte do armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN) ‒ cerca de 70% do armazenamento está localizado nela.

Neste momento, diversos reservatórios localizados no Sudeste apresentam baixos níveis de armazenamento, pois, com o término do período de chuvas, que não teve grandes volumes de precipitação, não foi possível recuperar os níveis satisfatórios.

Dos reservatórios operados pela Cemig, chamam a atenção os de Nova Ponte, com 15,63% de volume útil, e Emborcação, com 21,18% de volume útil.

Desta forma, a companhia informa que a preocupação, neste  primeiro momento, é o equacionamento do uso múltiplo da água, abastecimento humano, irrigação, navegação etc.

— Temos diversos usos da água que também dependem desses reservatórios para perenizar os rios na estação seca. Então, devemos ter em mente que vamos enfrentar um período seco severo e vamos ter que articular esses usos da água para atravessar esses meses em que teremos vazões muito baixas dos rios e armazenamentos muito baixos nos reservatórios — explica o gerente de Planejamento Energético da Cemig, Ivan Sérgio Caneiro.

— O abastecimento elétrico vem de um sistema que é interligado, o SIN, que garante o suprimento energético como um todo. Desta forma, o abastecimento energético não é uma questão regional, mas de gestão nacional pelo Operador Nacional do Sistema (ONS). Quando temos um déficit de capacidade de geração em determinada região, a energia necessária para o suprimento vem de outras regiões, o que garante o suprimento energético interligado nacional. Então o ONS está fazendo a gestão para que o suprimento energético seja atendido — conclui o gerente da Cemig.

Reservatório de Cajuru

O reservatório da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) Cajuru, localizado entre os municípios de Carmo do Cajuru e Divinópolis, está com 80,85% de volume útil. Esse reservatório apresenta grande importância para a região, sendo utilizado para atendimento à captação para consumo humano em Carmo do Cajuru.

 

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