Galileu sai na frente

Bob Clementino

Calma, não é resultado de pesquisa eleitoral! Galila sai na frente, porque não precisa gastar dinheiro com programa de governo. Basta repetir as promessas da campanha de 2016 não cumpridas, em parte porque os governadores seguraram nos cofres do Estado mais ou menos R$ 120 milhões tocantes à Prefeitura, e em parte por má gestão.

Erro que pode custar uma eleição

Políticos de Divinópolis ainda engatinham quando o assunto é estratégia política. Explico: aqui, políticos só se preocupam com seus adversários em época de eleição. E isso é um erro! Vamos usar como exemplo a trajetória política do deputado estadual Cleitinho Azevedo (CDN). Cleitinho começou chutando placas de políticos a quem rotulava de corruptos, ultrapassados e outros adjetivos da espécie. Com esse discurso, Cleitinho conseguiu passar a imagem de renovação política e se elegeu vereador. No plenário, a estratégia de desmonte de velhos políticos continuou, a ponto de se eleger deputado estadual e obter em Divinópolis 61 mil votos. A toda esta trajetória, políticos da experiência dos deputados federais Domingos Sávio (PSDB), Jaiminho Martins (PSD) e Fabiano Tolentino (CDN) assistiram, sem reagir. Ou seja, sem explorar os erros e contradições do então candidato Cleitinho. Desse modo, Cleitinho teve o tempo necessário para inculcar na memória dos eleitores a imagem de que ele era o novo, o honesto e o qualificado para o poder. Aí está a explicação dos seus 115.491 votos para deputado estadual e também, dentre outros motivos, dos 3. 973 votos de Domingos Sávio em 2018, do fato de Fabiano Tolentino não se eleger deputado federal e até do porquê de Jaiminho Martins não ter se candidatado à reeleição.

Onde está o erro?

Aqui está o erro: um político não pode deixar que seu adversário ou oponente lhe faça maledicências, sem que este fique sem imediata resposta ou contestação e, se for o caso, com as denúncias que contra o crítico existirem, mostrando aos eleitores seus erros, defeitos e contradições. Deixar para fazer isso apenas na campanha política é tarde, porque aí a imagem pregada pelo crítico adversário já está fixada na memória do eleitor. E, depois que a memória grava a imagem positiva de um político, é difícil de ser apagada. 


Sem soluções, sem eleição

Aqui em Divinópolis há  pautas politicamente indigestas: hospital público, mortos insepultos, sistema de tratamento de esgoto. Candidatos à Prefeitura ou fogem delas como o diabo da cruz, ou apenas tateiam os temas. Do hospital público eles escapolem, dizendo que é uma obra estadual. Isso é meia verdade, porque o próximo prefeito haverá, sim, de ter uma solução factível para apresentar ao governador de como terminar o hospital e colocá-lo em funcionamento.

Mortos insepultos 


O desabamento de parte do Cemitério da Paz precisa entrar na pauta de candidatos ao Executivo, até  porque há uma disputa na Justiça para decidir quem é o responsável por esse desabamento e quem vai identificar os restos mortais que desde fevereiro estão sob os escombros. E a disputa judicial não se encerra antes da posse do novo prefeito. Portanto, a próxima administração municipal terá que lidar com esse imbróglio, hoje em contenda judicial entre Prefeitura e família Martins, independentemente de quem seja reconhecido pela Justiça como responsável. Ou para refazimento da obra ou para exigir de quem tem o dever de fazê-la. 


Sistema de tratamento de esgoto

Despoluição do rio Itapecerica é uma pauta que já elegeu e derrotou candidatos à Prefeitura. “E tudo continua como antes no castelo de abrantes.” E agora com uma nova revelação: o sistema de tratamento de esgoto que a Copasa constrói pode ser uma farsa. Explico: a empresa está construindo os interceptores para evitar que o esgoto caia in natura no rio, mas e os riachos, que são esgotos a céu aberto? A construção dos interceptores nos vários riachos está ou não prevista no contrato firmado entre a Copasa e a Prefeitura? Se estão, quando começam as obras? Se não estão, vão continuar poluindo o rio, apesar dos interceptores construídos? Com a palavra, os postulantes ao Executivo!

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