Flávio Marra critica Diego Espino em reunião da Câmara: ‘parece que tem fetiche comigo’

Fala ocorreu após o parlamentar do PSL se posicionar contra a fala do vereador do Patriota no encontro da última semana; conflito entre ambos é recorrente

Bruno Bueno

Os conflitos envolvendo vereadores da Câmara parecem estar cada vez mais recorrentes. Após a parlamentar Lohanna França (CDN) apresentar, depois de várias trocas de farpas, uma representação contra Eduardo Azevedo (PSC), alegando quebra de decoro parlamentar, foi a vez de Flávio Marra (Patriota) criticar publicamente o vereador Diego Espino (PSL).

Em seu pronunciamento durante a 54ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal, na tarde de ontem, Flávio Marra disse que Diego Espino “parece ter um fetiche ou estar apaixonado por ele”. 

— O que mais me chama a atenção é um vereador desta Casa, o Diego. Ele parece ter fetiche comigo, só pode. Parece que está apaixonado por mim. Um dia eu falo da vaquejada, afirmando ser contra os maus-tratos, e ele aparece de caubói na outra reunião, fazendo com que o presidente convocasse uma reunião para dizer que aquilo não era vestimenta — disse.

Motivo

A fala se deu após o parlamentar do PSL se posicionar, na reunião da semana passada, contra as críticas do vereador do Patriota diante da exclusão dos profissionais terceirizados da Câmara no Clube dos Servidores Municipais.

— É um clube de excelência em Divinópolis que foi feito para atender os servidores municipais. Na semana passada foi colocado de maneira equivocada, por meio de um colega parlamentar, sobre o diretor, o clube e a gestão municipal. (...) Fica feio falar mal das pessoas, principalmente quando você tem o rabo preso para todos lados — disse na semana passada.

No mesmo dia do pronunciamento de Diego Espino, o Clube dos Servidores Municipais (CSM) enviou um ofício para a Câmara criticando a fala de Flávio Marra.

— Não existe “farra do boi gordo” na filiação do quadro social. Há uma atuação restrita e documentada no estabelecimento e estatuto social. (...) Os critérios de filiação são claros. Existe uma comissão de sindicância que realiza essa fiscalização. Na verdade, é facultada a admissão de outras pessoas por vínculo temporário — afirmou o CSM em nota.

Nada contra

Na reunião de ontem, Flávio Marra enfatizou que não tem nada contra a diretoria do clube e que se posicionou na oportunidade por achar injusto o fato dos terceirizados da Câmara não terem acesso ao clube.

— Eu queria deixar claro que eu não tenho nada contra o presidente João, o vice Zé e o filho do João que ganha um alto salário no clube. Eu quis trazer justiça e falei naquele dia. Ainda continuo achando uma injustiça. A diretoria tem que colocar a mão na consciência para colocar os terceirizados como sócios do clube — relatou.

Confira parte do pronunciamento de Flávio Marra na reunião de semana passada:

— Nós sabemos que no clube tem a farra do boi gordo. Se você patrocinar um time, é fácil entrar como sócio. Gente da sua família cuida do administrativo, ganha altos salários e ninguém faz nada. Eu falei que ia falar, é uma questão de justiça! (...) Espero que você me responda, João. Estou aqui para representar a população e esses funcionários — disse à época.

Na nota enviada à Câmara na semana passada, o CSM respondeu aos questionamentos do vereador em relação à não inclusão dos terceirizados no clube.

— O parlamentar se equivoca ao equiparar o pessoal terceirizado ao servidor municipal, a quem o estatuto garante filiação ao conselho dos servidores municipais. O clube não é da Prefeitura, mas, sim, dos servidores do Município — falou.

Sem moral?

Flávio Marra, em seu pronunciamento ontem, voltou a criticar o vereador Diego Espino. O parlamentar disse que ele não tem moral suficiente para apontar os erros do edil por estar, segundo Marra, enfrentando um processo na Justiça.

— Eu falo do clube e ele vem me criticar na tribuna. Eu falo e ele me critica, sempre. Ele tinha que olhar pro telhado dele. O Diego está na Justiça e pode perder até o mandato. Vocês sabiam disso, população? Por falcatrua dentro do partido. Ainda por cima, ele vem na tribuna e quer falar de moralidade. Ele falou que o negócio dele comigo é pessoal, então vem quente que eu estou fervendo. Agora, essa coisa de fetiche comigo não funciona, porque eu sou casado e muito bem casado — explicou.

Recorrente

O conflito entre os vereadores já é recorrente na Câmara. No dia 7 de julho, segundo informações de colegas parlamentares, os dois políticos discutiram no plenarinho da Câmara e obrigaram o presidente da Casa, Eduardo Print Júnior (PSDB), a interromper a reunião.

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