Incêndio no Ninho do Urubu

Flamengo tenta se explicar, mas não responde as principais perguntas

José Carlos de Oliveira

O Flamengo se pronunciou neste sábado pela segunda vez, oficialmente, sobre o incêndio que vitimou jovens atletas da base do time na manhã de sexta-feira, em seu centro de treinamentos Ninho do Urubu, no Rio de Janeiro. O clube carioca tenta se explicar, mas não abre as coletivas para perguntas, deixando muitas dúvidas no ar.

Contando do o beneplácito dos jornalistas, que fingem não entender a gravidade da situação tão somente para não contrariar o clube queridinho da mídia, o CEO do rubro-negro carioca, Reinaldo Belotti, deu entrevista neste sábado, mas sem dar chance a que ninguém pudesse fazer perguntas para tirar as dúvidas que estão no ar.

Dúvidas

Muitas questões ficam sem resposta e no que depender do clube carioca é assim que ficaram para sempre. Como o presidente Rodolfo Landim havia feito em entrevista anterior, o CEO também fala por longos minutos, mas nunca toca em pontos que realmente interessam a todos, e que levem a um caminho para elucidar o sinistro, além de apontar se haverá ou não punição para os culpados.

As principais questões que ficam no ar, como o fato de não pagar a maioria das multas impostas pela prefeitura do Rio de Janeiro e por que fazer um ‘puxadinho’ para manter atletas de base – em local sem nenhuma segurança, janelas e com apenas uma saída de emergência -, parecem pouco importar para os dirigentes.

E por que a área não possuía licença para ser um dormitório e sim estacionamento? Neste assunto, nem o presidente e muito menos o CEO, sequer tocaram em suas falas.

Dois mineiros

Ao contrário do que se pensava a princípio com alguns funcionários do Flamengo estando entre os mortos no incêndio de sexta-feira no Ninho do Urubu, todas as dez vítimas fatais e os três feridos são jovens atletas da base, com idade variando entre 14 e 17 anos.

Entre os mortos confirmados no incêndio, dois são de Minas Gerais. Além da primeira vítima a ser conhecida, o zagueiro Pablo Henrique da Silva Matos, natural de Oliveira, e que jogou na escolinha da Inter Academy, em Divinópolis, o garoto Jorge Eduardo também morreu no incêndio.

O jogador, de 15 anos, faria aniversário na próxima quinta-feira, 14, e está o clube carioca desde os 12 anos de idade, mas somente agora, como é permitido por lei, passou a morar no Ninho do Urubu. Antes ficava em casa de amigos. Ele é natural da cidade de Além Paraíba, na Zona da Mata mineira.

Força tarefa

O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro criou uma força tarefa para acompanhar o caso e apurar as causas e consequências do incêndio no Ninho do Urubu. É estudado o caminho de medidas judiciais, como o bloqueio de ativos do Flamengo, para garantir às vítimas e suas famílias a devida indenização pelos danos sofridos.

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