Fim do entrave?

Preto no Branco

O recesso parlamentar se aproxima e, ao que tudo indica, os deputados estaduais não querem gozar da folga com uma “batata quente nas mãos”. Em se tratando do Hospital Regional de Divinópolis não é nem uma batata, mas um forno de siderúrgica inteiro, levando pelo lado da discordância entre a oposição na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) e o Governo Zema. Porém, enfim, parece que houve um consenso na Casa Legislativa e o projeto para a liberação dos recursos da Vale deve ser votado ainda nesta semana.  Pelo menos foi o que afirmaram os deputados Gustavo Valadares (PSDB) e Cássio Soares (PSD) à Rádio Itatiaia na manhã de ontem. Até então, os dois poderes divergem sobre a prestação de contas do montante de  indenização da Vale.  Porém, está em andamento um acordo para que a transferência para os Municípios seja de forma direta, também chamada de transferência especial. Mas, para isso, é preciso que outros integrantes do acordo, como Ministério Público ‒ Federal e Estadual ‒ e Defensoria Pública estejam de acordo. O governador Romeu Zema (Novo) se encarregou desta parte, se reunindo com os representantes da Justiça ontem à tarde. Não deixa de ser um grande avanço, e a confiança dos prefeitos e da população aumenta, sem dúvida. Mas, quando envolve políticos e a proximidade de eleições, sempre fica aquela pontinha de desconfiança. 

À espera 

O trabalho de escaneamento a laser no Hospital Regional foi finalizado pelo Departamento de Edificações e Estradas de Rodagem de Minas Gerais (DER-MG). Isso significa que o prédio está prontinho à espera da grana para conclusão das obras. O trabalho do DER dimensionou com exatidão o tempo e o investimento necessários para o término. Lembrando que o hospital de Divinópolis é o que tem as obras mais adiantadas no estado, cerca de 80%. Então, nobres representantes do Executivo e do Legislativo mineiro, mãos à obra porque o povo merece e espera.  Afinal, paga caro o salário de vocês e encargos altíssimos para ter, no mínimo, uma saúde decente, mas não é isso que se vê no dia a dia país afora. 

Muito pouco 

E, por falar em representante, não é de hoje que Divinópolis sofre com a falta deles. No máximo, três nas esferas estadual e federal. Atualmente, apenas dois ‒ Cleitinho Azevedo (CDN) e Domingos Sávio (PSDB). No entanto, nos últimos anos, não foi muito diferente. Tinha Jaime Martins (DEM) e Fabiano Tolentino (CDN), mas Cleitinho ainda não estava na jogada. Ou seja, no máximo três ‒ quantidade que deixa a desejar para uma cidade do tamanho de Divinópolis com uma demanda semelhante. Duas situações são cruciais para que isso continue acontecendo: a quantidade de candidatos — dá para arrastar de rodo — e os eleitores que ainda insistem em votar em candidatos de fora que, obviamente, darão preferência para a cidade a qual ele representa. O resultado disso é que a Princesa do Oeste, entra eleição, acaba eleição, sempre é preterida pelos governos. A falta de prestígio, além de causar desgaste político, prejudica principalmente a população que, neste caso, também tem culpa.

Pode piorar 

Os bastidores políticos é dada como certa a candidatura de Cleitinho a senador. Prova disso é que até pesquisas com seu nome já foram feitas ‒ sondagem que é de praxe em anos que antecedem eleições. No entanto, é cedo demais para o surgimento de nomes e mais ainda para o deputado pensar em um voo tão alto. Vamos aos pontos: primeiro, foi muito bem eleito como vereador e nem terminou seu mandato e se candidatou a deputado. Eleito com recorde de votos. Ótimo, porém, deixou suas intenções municipais pela metade. Como deputado, é um fenômeno não só em Minas, mas no país. Portanto, mesmo conhecido, ser eleito para o Senado no estado não será uma tarefa tão fácil assim. Temos apenas uma vaga, pois foram eleitos dois nas últimas eleições, e o mandato é de oito anos. Antonio Anastasia é nome concorrente, se for novamente candidato ‒ muito provável ‒, caso não seja nomeado em um cargo estratégico para abrir vaga para outro nome certamente forte. Percebe-se então que a disputa, incluindo também nomes bem votados nas últimas eleições, será acirrada. Dito isso, ainda tem o fato de Cleitinho deixar de representar Divinópolis e outras cidades, visto que o senador atua pelos estados, não pelos municípios. São situações que precisam ser colocadas na balança e muito bem pesadas e pensadas. Talvez, a Câmara dos Deputados seria o caminho neste momento e com retornos mais interessantes. 




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