Filho atento aos interesses do pai

Extraoficialmente, foi obra de Carlos Bolsonaro o início da reversão da crise provocada pela notícia do Jornal Nacional, que sugeria ligação do presidente Jair Bolsonaro ao caso Marielle Franco. Carlos tomou o passo indefensável: mostrar pelo computador do condomínio que sequer houve chamada de interfone para a casa 58, a de seu pai, citada pelo porteiro. Desmontou, independentemente de o presidente estar ou não em Brasília, a versão contida na reportagem do dia 29. Como Carlos é morador do condomínio, teve acesso ao livro de ocorrências e registros gerais de mídia, segurança e de utilização obrigatória na portaria, localizou o dia apontado na matéria do jornal, com detalhe de horário, número das casas dos destinatários das chamadas por interfone, além de visualizar carro, placa, trajetória dos veículos que entram e saem do condomínio. De posse dos dados, mostrou em vídeo que não houve nenhuma ligação da portaria para a casa de número 58, do seu pai. Não condizendo com a realidade dos fatos os depoimentos do porteiro (de que o “senhor Jair teria permitido no dia do crime a entrada de Élcio Queiroz”), foi desqualificada a informação noticiada pela Rede Globo, que causou tanto rebuliço popular, principalmente nas redes sociais. Como reforço, a coletiva das representantes do Ministério Público do Rio, ontem, dava conta de que todo o sistema de controle e vigilância da portaria do condomínio foi submetido à perícia técnica, com resultado final confirmando que a chamada pelo interfone da portaria foi para Ronnie Lessa, este, sim, quem deu autorização para entrada do parceiro e a quem se atribui autoria dos disparos contra a vereadora do Rio.

Por que ligar Bolsonaro a Marielle?

Marielle Franco era apenas uma vereadora do Rio de Janeiro, nunca constituiu ameaça ao projeto de poder de Bolsonaro e da direita no Brasil. Assim, não creio que o núcleo político duro da campanha de Bolsonaro se preocupasse com ela. A esquerda fez dela um mártir porque precisava de um contraponto ao crescimento político eleitoral da direita. E depois que Marcos Valério apontou Lula como um dos mandantes da morte do prefeito petista Celso Daniel, ex-alcaide de Santo André, era de se esperar que a esquerda tentasse inserir Bolsonaro, de algum modo, à morte da vereadora. No entanto, é tão descabida essa possibilidade que terminou dando a Bolsonaro um trunfo para rebater as fakes news, na condição de vítima e ainda desmoralizar todo este ataque dos esquerdistas e cia.

Vão perder o discurso!

Na falta de pauta, vereadores sempre têm um mote para seus discursos na Tribuna da Câmara Municipal de Divinópolis: criticar o caos na saúde pública. Mas agora podem estar perto de perder este discurso.

Tudo porque a Secretaria Municipal de Fazenda (Semfaz) denunciou em reportagem do Agora desta quinta-feira, 31, que o governo do Estado está dando um calote milionário no Governo Galileu Machado: só para a área da Saúde, deve cerca de R$ 76 milhões. E o pior: a Secretaria não tem esperança de receber esta quantia. Eis, pois, a pergunta para os 17 vereadores e para o deputado Cleitinho: como viabilizar saúde pública em Divinópolis, especialmente a UPA, se o governador trava cerca de R$ 76 milhões da área? Se esses políticos locais não conseguirem liberar esta verba, perdem o discurso crítico contra caos na saúde de Divinópolis e ganharão o adjetivo de incompetentes!

Palavras ao vento

Por função do oficio e porque gosto de acompanhar a política municipal, assisto a todas as reuniões ordinárias da Câmara Municipal de Divinópolis, via internet. E me assusta o desinteresse que os internautas demonstram pelas e mais ainda a apatia da Mesa Diretora para mudar essa situação. Na reunião do dia 29 de outubro, a média de visualizações ficou em torno de 156 internautas.

Muito pouco para uma cidade de 240 mil habitantes. E este número até aumentou, porque houve tempo em que a média era 18 visualizações. Então é muito blá blá blá, muita “deduragem” de parceiros para um número irrisório de internautas ligados.

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