Falta de vergonha

 

Quando se pensava que tudo já havia acontecido, e que somente o STF através de três ou quatro “camaradas” davam as cartas de soltura de criminosos condenados em várias instâncias, aparece um “desembargador” nomeado por Dilma Rousseff para dar ordem de soltura a Lula da Silva.

Como Toffoli, juiz do Supremo, o tal desembargador da 4ª Região de Porto Alegre, que se chama Rogério Favreto, também não deve entender bem de leis e resoluções, como também alguns detalhes relacionados a processos, e entendeu que deveria, sim, sem autoridade para tal, soltar o presidiário ex-presidente, “porque havia um fato novo, ele precisava de fazer campanha já que é candidato à presidência”.

Favreto conseguiu não 15 minutos de fama, mas sim um dia inteiro de desmoralização, a começar por Sérgio Moro, que é de primeira instância e “guardião” de Lula. Disse não, pois ele entende de leis e esperou o respaldo dos tribunais que vieram a seguir.

Decididamente não é este o país que queremos, apenas para parafrasear o que a Globo tem feito nos últimos meses em todos os seus programas de noticiário. Os nomeados pelo PT, todos, notabilizam-se por votar a favor das causas do partido, ignorando totalmente o que dizem os códigos, jogando por terra o que ainda restava de dignidade do Poder Judiciário.

Hoje, a máxima que diz “o que o juiz manda tem que ser cumprido”, já era. O hoje desmoralizado desembargador de Porto Alegre deu asas à imaginação do povo brasileiro, que já não enxerga a Justiça com os mesmos olhos de antigamente, embora para quem não tem bons advogados, ela continua como nos tempos que se podia falar quer ela valia apenas para os três “Ps”.

Mas ainda existe dignidade, sim, principalmente em quem fez concursos públicos para a magistratura e não ficou esperando uma nomeação na maioria das vezes espúria. Os juízes de carreira, sem exceção, continuam a exercer a profissão com a maior credibilidade, embora não podendo decidir muito, quando o serviço é demais. Um juiz para 3 mil ou 4 mil processos, provavelmente só no Brasil. Daí o também surrado ditado que a “justiça tarda, mas não falha”, e isto é verdade na maioria das vezes, pois injustiças e decisões tardias ou sem embasamento legal acontecem de vez em quando. Sobre isso, jornais impressos, de rádio ou de TV, mostram o tempo todo, com presídios superlotados, penas vencidas com presos cumprindo mais do que foram condenados.

No final, para alívio nacional, houve o bom senso, enquanto o PT agora espera as viagens de Temer ao exterior, para que a presidente do STF, Carmem Lúcia, assuma, e Toffoli possa ficar algumas horas ou dias em seu lugar, decidindo tudo que for possível para o seu ex-aliado José Dirceu. Só que Carmem já avisou: “assumo a presidência da República, mas não deixo a do STF”. Assim, os sustos que virão no decorrer da presidência futura do STF ficarão adiados mais uma vez.

Só que as redes sociais estão atentas e, ao primeiro sinal de perigo, o povo vai ser chamado para as ruas. E é aí que mora o perigo, pois pode acontecer antes das eleições. A derrota judicial deste domingo, com certeza, dará motivos para que o fanatismo petista ganhe algum fôlego para outra tentativa desastrada como tem acontecido nos últimos meses. Mas que virá, virá.

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