Falta de projetos e vereadores resulta em reunião ‘morna’

 

 

Maria Tereza Oliveira  

A reunião ordinária de ontem na Câmara de Divinópolis foi marcada por ausências de projetos e de vereadores. Em um clima morno, nem o cidadão que se inscreveu para usar a tribuna livre compareceu. 

Sem projetos a serem discutidos ou votados, restou aos poucos vereadores inscritos subirem ao plenário. As falas, dessa vez, foram moderadas e marcadas por elogios. 

Dr. Delano (MDB), por exemplo, enalteceu as escolas municipais pelos resultados no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb). 

Delano destacou as escolas municipais Adolfo Machado, São Geraldo e Maria de Lourdes Teixeira pelas notas conquistadas. Destacou a importância da parceria entre escola e família para os rendimentos. 

Janete Aparecida (PSD) destacou a alteração na data de corte para entrada de crianças na educação infantil e no ensino fundamental no país. Segundo a vereadora, as crianças precisam ter completado seis anos até o dia 31 de março. Anteriormente a data corte era 30 de junho. 

Ela demonstrou preocupação com uma possível confusão que pode fazer com que crianças nascidas entre abril e junho repitam um ano letivo. 

Deserto 

Sem grandes acontecimentos, a Câmara não recebeu grande público. Pouco público compareceu e tampouco os vereadores. A morte do pai de uma servidora do Legislativo fez com que vários deles fossem ao velório. Com isso, a reunião foi mais curta. 

A ausência dos vereadores na véspera de feriado resultou na suspensão em mais de 15 minutos da reunião por falta de quorum. Em entrevista ao Agora, Sargento Elton (Patriota) disse que a falta de pautas de votações foi o que causou a não permanência dos vereadores. 

— A maioria dos vereadores estava presentes. Alguns têm outros compromissos. Devem ter algo agendado com o Executivo ou outra demanda — justificou. 

O vereador disse que as ausências não têm relação com o período eleitoral. 

— Todos os candidatos estavam presentes. É simplesmente uma coincidência porque faltaram os projetos — informou. 

Além do não-comparecimento de três vereadores, a maioria não acompanhou a reunião. Notou-se que em nenhum momento ficaram mais de dez vereadores reunidos ao mesmo tempo. Sargento Elton atribuiu isso ao revezamento deles. 

— Às vezes alguém quer tomar uma água, precisa usar o banheiro e então tem essa situação aqui da Câmara. Mas teve quorum, tanto que teve reunião, mesmo sendo curta hoje — explicou. 

Josafá (PPS) fez coro à fala de Elton e apontou o velório do pai de uma funcionária como fator para a Câmara vazia. 

— Vejo que realmente hoje foi um dia atípico e a reunião até mesmo chegou a ser interrompida por falta de quorum. Fui eu que abri a reunião porque o presidente, Adair Otaviano (MDB), estava no velório e talvez seja por isso. Três vereadores faltaram à reunião — destacou. 

Sobre a escassez de projetos enviados pelos vereadores para votação, Josafá atribui a situação ao período eleitoral. 

— Os projetos do Executivo foram enviados e inclusive passaram. Entretanto, parece que os vereadores estão realmente receosos em enviar projetos porque não pode ser falado o nome de quem é pré-candidato. Isso restringe a fala e até mesmo a apresentação do projeto — esclareceu. 

 

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