Estado não paga e presídios podem ficar sem refeições
Gisele Souto
Depois de a Educação parar novamente por causa da continuidade do parcelamento do salário da categoria e não ser contemplada pela forma diferenciada do pagamento neste mês, o Governo do Estado pode enfrentar um problema ainda maior. Mais uma vez, a falta de dinheiro em caixa é o problema. O presidente do Sindicato das Empresas de Refeições Coletivas de Minas Gerais, Eder Ribeiro, denuncia que presídios e hospitais correm o risco de não ter refeições para presos e pacientes nos próximos dias.
O presidente revela que já são três meses de repasses atrasados por parte do Estado, como consequência, as empresas não se sustentam mais e os funcionários estão sem receber. Segundo ele, desde março não se repassa nada às empresas, que não têm mais como comprar produtos para fornecer a comida. A situação segundo ele, é tão grave que fornecedores não estão entregando mercadorias; ao contrário, estão recolhendo parte do que já havia sido entregue, porque as empresas não estão pagando.
Sem previsão
Eder Ribeiro reclama ainda que o pior é a incerteza, já que o Estado não informa que dia vai pagar pelo menos um mês.
— Tem pessoas com casas e carros penhorados. Chegou a uma situação insustentável — enfatiza.
Eder conta ainda que em alguns casos já existe a necessidade de trocar alguns alimentos para ver se segura até que haja novidade. Diz também que, se continuar assim, a sopa será a solução provisória. No entanto, frisou que a situação atual só se sustenta até amanhã; depois disso, ficará impossível distribuir a refeição.
Divinópolis
Em Divinópolis, entre os prejudicados está o presídio Floramar, com cerca de 700 detentos e que recebe quatro refeições diárias. Outro é o Complexo de Saúde São João de Deus. Na unidade, é fornecida a refeição pelo próprio hospital, que recebe do Estado o repasse junto para outras prestações de serviço para custear o montante gasto com pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, o hospital não informou se há repasses atrasados. Disse também que é uma instituição privada que oferece atendimento integral à comunidade e nada está em falta para os pacientes neste momento.
Precaução
A Secretaria de Estado de Administração Prisional (Seap) informa que está em constante diálogo com a Secretaria de Fazenda, no intuito de regularizar o débito com as referidas empresas fornecedoras de alimentação para as unidades prisionais. Diz também que todos os esforços são feitos de forma a evitar uma interrupção na entrega.
A Seap e a Secretaria de Segurança Pública (Sesp) esclarecem também que não houve interrupção de alimentação em nenhuma unidade prisional ou socioeducativa do Estado.
Ressaltam que, em negociação com a Secretaria de Fazenda, foram realizados nesta terça-feira, 10, pagamentos relacionados à alimentação das duas pastas. E finaliza afirmando que o Estado segue envidando esforços na finalização dos pagamentos.