Escola Professor Bahia

As boas ideias são como ondas de rádio que passam pela nossa cabeça. Por isso, precisam ser captadas antes que se dissipem, pois não voltam mais. Aliás, se voltam, não têm a mesma intensidade, o mesmo colorido e não provocam a mesma emoção. E, para atrair boas ideias, há de se ter entusiasmo com a vida e o desejo de ver a sua comunidade melhorada, tanto para si como para os outros. Neste ponto, Santo Agostinho é enfático: “Não basta fazer coisas boas – é preciso fazê-las bem”.

E, por falarmos em boas ideias, reservamos aplausos, muito aplausos para Álisson Ferreira, professor de história da Escola Municipal Professor Bahia, do bairro Nações, que soube aproveitar a inspiração peculiar da qual fora alvo em 2015, a de estimular seus alunos à produção de textos sobre um assunto específico e posterior publicação de um livro. O projeto, intitulado “Escritos Juvenis”, tratou na primeira edição do tema “As pequenas corrupções”, assunto atualíssimo que afeta milhões de pessoas.

Na referida edição, o aluno Átila Salomé explica o que sejam pequenas corrupções: “O ato de furar filas, comprar produtos falsificados, estacionar em locais proibidos, quase sempre, é tido como normal. Há, também, os que fabricam carteiras frias de estudante e motorista. Todos que agem assim sabem que estão agindo de forma errada”.

Na segunda edição, em 2016, o projeto tratou do tema “Tão diversos e tão iguais”, colocando em pauta o racismo e a discriminação. No seu texto, a aluna Letícia Faria justifica o que ela entende por diferença na igualdade: “Hoje em dia não são só os negros que sofrem, também sofrem os brancos, os morenos e os pardos”.

Na terceira edição, o projeto tratou da discriminação à mulher, e os alunos discorreram sobre a luta daquelas que não se deixam abater ante às adversidades da vida, cujo livro tem o sugestivo título: “Mulheres de olhar sem medo”.

Tomamos conhecimento desse belíssimo projeto pedagógico no dia 13 de dezembro de 2018, quando fomos à escola a convite da professora Maria das Graças. Tivemos uma recepção calorosa por parte do diretor Marco Antônio Restivo Júnior, pela pedagoga Diva Regina, pelo idealizador e coordenador do projeto, professor Álisson Ferreira, e pelos alunos do 9º ano, que nos ouviram atentamente.

Na última publicação, “Sob a Luz da Justiça”, de 2018, o professor Álisson Ferreira apresenta os fundamentos desse trabalho: “O projeto Escritos Juvenis deste ano traz importantes relatos críticos sobre como os adolescentes percebem a ação da Justiça em seu dia a dia. As produções textuais são o resultado de uma série de rodas de conversas, bate-papos e da utilização de audiovisuais”. Agora, aguardamos a edição de 2019.

Comentários